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Cidades

“Vi que era o fim do mundo para mim”, diz pedreiro que sobreviveu a enchente


Imagem ilustrativa da imagem “Vi que era o fim do mundo para mim”, diz pedreiro que sobreviveu a enchente
Pedreiro Claudeci Veronez Zanezi: “Acendo uma vela duas vezes por dia para agradecer pela vida” |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Ao rever o vídeo em que ele se viu enfrentando a fúria da enchente e se agarrando a um poste para sobreviver, o pedreiro Claudeci Veronez Zanezi, de 50 anos, se emocionou.

“Vi que era o fim do mundo para mim e pensei 'acabou'”, disse. O caso aconteceu em Castelo, Região Serrana do Estado, na manhã do último sábado, quando a cidade acordou tomada pelas águas.

Na região, 260 pessoas estão desabrigadas, segundo o boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual. Diversas casas foram destruídas e lojas foram inundadas. Na rua, é possível perceber a dor dos moradores e o olhar de quem não sabe o que fazer.

O pedreiro que escapou por pouco conversou com a reportagem de A Tribuna e relatou os momentos que viveu e como fez para conseguir se salvar dentro da enchente.



Entrevista


A Tribuna – Como foi que tudo ocorreu?
Claudeci Veronez – Logo pela manhã, eu saí de casa para ver como o rio estava. Alguns amigos estavam comigo e à medida que o rio subia, a gente ia andando para trás. Mas um amigo meu caiu na enchente e eu fui dar a mão para salvá-lo. Ele também sobreviveu.

Como caiu na correnteza?
Ele acabou me puxando e eu caí. Vi uma árvore, tentei segurar mas não consegui. Não tinha mais jeito. Nessa hora eu lembrei de Deus e de Nossa Senhora Aparecida. Vi que era o fim do mundo para mim e pensei “acabou, nunca mais vou ver a minha filha”. A correnteza foi me levando e eu batia as mãos para não afundar completamente. Só consegui manter a cabeça para o lado de fora. O corpo estava todo coberto de água e achei que fosse morrer. Gritei por socorro.

Como o senhor conseguiu agarrar o poste de energia?
A água me levou até ele. Reuni todas as minhas forças e me agarrei. Não sei como consegui. Continuei gritando por socorro e fiquei por lá durante cinco minutos.

Quem te ajudou?
Um morador da região. Ele jogou para mim um fio de antena. Eu enrolei na minha mão, soltei do poste e ele foi me puxando. Consegui ser levado até a casa dele, que estava pela metade de água. Foi aí que me salvei. Subi no terraço e fiquei lá até o final da tarde.


E sua família, como ficou sem ter notícias suas?
O vídeo começou a circular rápido e muitas pessoas acharam que eu tinha morrido. Quando cheguei em casa, falei com minha filha que o homem do vídeo era eu e ela chorou. Se não fossem Deus, o morador e também o poste, eu estaria morto uma hora dessas.

Como se sente quando o senhor assiste ao vídeo?
Eu me emociono, choro, não entendo como consegui me salvar. Então eu já nem assisto mais porque é muito difícil. Um sofrimento enorme. Não quero mais ver.

O que pretende fazer de agora em diante?
Acendo uma vela duas vezes por dia para agradecer pela vida. E vou levar uma para acender no pé do poste que me salvou.

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