"Situação no Brasil é preocupante", afirma OMS sobre nova varíola

Até a última sexta (22), o país contava com 607 casos confirmados da doença. No dia 9 deste mês, esse número estava em 218

Samuel Fernandes, Da Agência Folhapress | 26/07/2022, 16:07 16:07 h | Atualizado em 26/07/2022, 16:07

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00120690_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00120690_00.jpg%3Fxid%3D365736&xid=365736 600w, Erupção de pele  é um dos sintomas da nova varíola
 

A líder técnica para nova varíola da Organização Mundial da Saúde (OMS), Rosamund Lewis, disse em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (26) que "a situação do Brasil [para a doença] é preocupante".

"É muito preocupante para países como o Brasil [...] reportando um número significativo de casos", afirmou. Até a última sexta (22), o país contava com 607 casos confirmados da doença, segundo o Ministério da Saúde. O saldo é mais do que o dobro verificado no último dia 9, quando havia 218 diagnósticos confirmados em todo o país.

A maior parte dos casos se concentram no estado de São Paulo. A Secretaria de Estado da Saúde informou nesta segunda (25) que o estado já registrou 590 diagnósticos da doença. Comparando com a última sexta, houve o aumento de 26% nos casos da doença.

A líder técnica da OMS também chamou atenção para problemas de testagem que podem afetar o país. "O que é [...] importante é o acesso aos testes."

A organização declarou neste sábado (23) que a doença é considerada como emergência pública de preocupação global.

"Nós acreditamos ser o momento deste anúncio, considerando que, dia após dia, mais países e pessoas têm sido afetados pela doença. Precisamos de coordenação e solidariedade para controlar esse surto", disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.

A nova varíola é causada pelo monkeypox, um vírus do gênero orthopoxvirus. Outro patógeno que também é desse gênero é o que acarreta a varíola comum, doença erradicada em 1980.

Os principais sintomas da doença são febre, mal-estar e dores no corpo. Então, o quadro evolui para o surgimento de lesões na pele, sendo o contato com essas feridas a principal forma de transmissão do vírus.

No entanto, pesquisas já reportam que alguns pacientes desenvolvem essas lesões nas regiões genitais, anais ou orais. A hipótese é que isso aconteça porque a disseminação da doença está ocorrendo principalmente por contato sexual e na comunidade de homens que fazem sexo com outros homens. A OMS, por exemplo, já indicou que cerca de 90% dos diagnósticos se concentram nessa população.

Um receio é que este cenário cause estigma a esses homens. "Estigma e discriminação podem ser mais perigosos que qualquer vírus", afirmou Adhanom.

A vacinação de populações chaves e pessoas que tiveram contato com pacientes é uma forma eficaz de evitar a transmissão, mas a expectativa é de que a vacina demore para chegar ao Brasil.

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