Profissionais da saúde enfrentam fila para não pagar taxa de sindicato

| 17/03/2021, 16:43 16:43 h | Atualizado em 17/03/2021, 17:52

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Centenas de profissionais da área de saúde estão enfrentando uma fila quilométrica no centro de Vitória para atender uma exigência do sindicato da categoria.
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Diversas denúncias foram feitas à reportagem do Tribuna Online mostrando as pessoas enfileiradas para serem atendidas no Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais, Clinicas Médicas, Odontológicas, Laboratórios de Análises Clinicas, Patológica, Bancos de Sangue, Filantrópicos e Privados no Estado do Espírito Santo (Sintrasades).

Os profissionais estão no local porque o sindicato exigiu que, quem não quiser ter taxas cobradas pela entidade descontadas no contracheque, deve entregar pessoalmente uma carta escrita de próprio punho no local, que fica na rua Cosme Rolim, no Centro.

Mesmo com a alta procura desde o início da semana, o Sintrasades só abriu para atendimento das 13h às 16 horas. O prazo vence nesta quarta-feira (17).

"É um absurdo. Estamos no meio do pior quadro da pandemia no Estado e o sindicato faz uma exigência dessa, e de um dia para o outro. Podia ter alternativa por email, por exemplo. Tem umas mil pessoas na fila, todo mundo debaixo de sol. Até a polícia já foi chamada. O pior é que só tem dois funcionários atendendo", denunciou um analista de compras de hospital, de 32 anos.

"A fila começa perto do Palácio Anchieta e vai parar na Praça Costa Pereira", acrescentou. Ele saiu do local por volta de 16h20 sem ser atendido, porque o hospital onde trabalha o acionou.

O Sintrasades, que é o sindicato da categoria, enviou comunicado às empresas dizendo que o prazo para o trabalhador declarar que não quer que sejam descontadas as taxas termina nesta quarta-feira. A determinação foi acordada na convenção coletiva do trabalho, homologada no dia 8 deste mês, e o prazo para o trabalhador notificar o Sintrasades era de 10 dias.

No entanto, os profissionais denunciam que só souberam desse prazo apertado na última segunda-feira (15). Outros chegaram a dizer que só souberam por colegas de trabalho e se deslocaram rapidamente para o sindicato para garantir que a taxa de contribuição sindical não seja descontada.

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Segundo informação dos trabalhadores, são ao todo três taxas: 2% do salário por três meses, R$ 20 mensais durante 24 meses e uma taxa de contribuição sindical anual referente a um dia de salário do emprego.

"É um descaso o que está acontecendo com os trabalhadores da saúde. O sindicato não quer deixar enviar por e-mail, então vários funcionários estão se deslocando do trabalho para ir até o local, só para levar uma carta dizendo que não vai pagar o sindicato. Disseram ainda que o protocolo e até hoje às 16 horas e que não vão aceitar depois disso", informou um profissional de saúde que estava na fila.

Já uma auxiliar administrativo de hospital disse que chegou antes do sindicato abrir, às 12h10, e só conseguiu entregar os documentos quase 3 horas depois.

"Com certeza vai ter gente que não vai conseguir ser atendido porque eles disseram que vão fechar 16h. E aí a pessoa vai ter a taxa sindical descontada, mesmo querendo cancelar. Teve profissional que só soube que tinha que vir aqui hoje", contou.

O superintendente do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Espírito Santo (Sindhes), que representa mais de 2 mil empresas no Estado, Manoel Gonçalves Carneiro Neto, disse ao Tribuna Online que recebeu várias denúncias sobre a fila no Sintrasades e notificou o sindicato dos trabalhadores nesta quarta-feira para que estenda o prazo de atendimento dos profissionais pelo menos até sexta-feira (19).

"Recebemos denúncias e acabamos de notificar o Sintrasades. Vamos aguardar um posicionamento e esperamos que prorroguem para que não haja aglomeração nem exposição dos profissionais sem necessidade", explicou.

Segundo o superintendente, o Sintrasades representa cerca de 10 mil trabalhadores da região Centro-Norte do Estado, como copeiras, profissionais de higienização, faturamento, auxiliar de farmácia, de laboratório, recepcionista, todos ligados a hospitais, unidades de saúde e outras empresas da área.

A reportagem entrou em contato com o advogado do Sintrasades. Por telefone, ele disse que as pessoas deixam tudo para a última hora e não estava sabendo da notificação do Sindhes.

VEJA VÍDEO DA FILA:

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