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“Mulheres não sabiam dos seus direitos”, diz ativista

Maria José Pimenta fala sobre seu trabalho à frente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher do Espírito Santo


Imagem ilustrativa da imagem “Mulheres não sabiam dos seus direitos”, diz ativista
Maria José Marcondes Pimenta se tornou ativista pelos direitos das mulheres e dos idosos |  Foto: Fábio Nunes/ AT

“Desde nova, aprendi que estudar, trabalhar e lutar por uma boa vida é fundamental. Nasci em Conselheiro Pena, em Minas Gerais, e não imaginava que a vida me reservaria tantas surpresas: me formar, me tornar advogada e professora e me engajar na luta pelo direito das mulheres e dos idosos.

Vim tão cedo para o Espírito Santo que me considero capixaba, cariaciquense. Fomos alguns dos primeiros moradores de Porto de Santana, em Cariacica. Na época, o bairro era vazio e nem tinha escola, por exemplo. Costumo dizer que meu pai era um visionário, principalmente para os anos 50 e 60.

Em casa, a educação sempre foi o bem mais valorizado, o que ninguém pode tirar de outra pessoa. Por isso, meus irmãos e eu estudamos, nos formamos e construímos carreiras de sucesso. Tudo isso depende da dedicação ao trabalho e aos estudos desde cedo para todos nós.

Trabalho

Comecei a trabalhar aos 12 anos como professora. Era em uma igreja do bairro, com 70 alunos e, para ser sincera, fiquei três anos sem receber nada. Depois disso, recebi por todo o período. Meu pai me perguntou se eu gostaria de começar a trabalhar e, para mim, ser professora era um orgulho.

Os anos passaram e, logo depois, eu entrei no curso de Direito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Conciliei por muitos anos o trabalho de professora e, posteriormente, de repórter, aos estudos. Ainda consegui passar no concurso do Banestes depois.

Em meio a tudo isso, comecei a ter contato com os movimentos sociais e atuação política. Foi então que me envolvi com a defesa dos direitos das mulheres.

Militância feminista

Há alguns anos, as mulheres não conheciam os próprios direitos. Até mesmo, a ideia de violência era muito restrita. Acreditávamos que a violência contra a mulher começava com o tapa, com o empurrão ou com um puxão. Temos a completa noção, hoje, de que a violência começa na esfera emocional e psicológica.

Quando um homem reclama da comida, diz que a mulher está feia, que está mal vestida e a desmerece, de qualquer forma, com palavras, já há uma situação de violência. Esse tipo de agressão, na minha opinião, pode ser até mais profunda, porque reconstruir a saúde mental de uma mulher vítima dessa exposição diária ao desmerecimento verbal, emocional, é muito difícil.

Avançamos no debate sobre o tema, mas precisamos, ainda, fortalecer a Lei Maria da Penha. Antes, não tínhamos segurança legal para punir um agressor e, com certeza, essa lei é um marco, mas hoje ela já está defasada. Tanto que, de forma cada vez mais frequente, assistimos casos assustadores de violência.

Sem dúvidas, as mulheres que mais sofrem são as negras. No passado, não tínhamos ideia da dimensão dessa desigualdade. Nas periferias, as mulheres negras estão muito mais expostas à violência patrimonial, emocional e física. Elas são abandonadas com filhos, os educam sozinhas e trabalham para sustentá-los. Vejo muitos casos no dia a dia.

Etarismo

Quando me aposentei, passei a observar como a população brasileira estava envelhecendo rapidamente e, ao mesmo tempo, como os idosos não conheciam os próprios direitos. Passei, então, a lutar pela dignidade da pessoa idosa e contra o etarismo.

As últimas estimativas apontam que estamos caminhando ao envelhecimento da população e pensar em uma terceira idade mais digna e saudável é essencial.

Mente ativa

Quando jovem, fiz de tudo na vida e, hoje, eu acompanho as transformações tecnológicas. Não sou uma mestra em tecnologia, mas consigo me dar bem. Lembro-me de carregar a máquina de escrever para todo lado. Ela vinha com uma bolsa e podíamos levar para a rua. Hoje, temos um verdadeiro computador ao alcance das mãos. Manter-se atualizada ao mundo é o segredo para o envelhecimento saudável!”.

Depoimento concedido ao repórter Jonathas Gomes.

Quem é

Maria José Marcondes Pimenta, de 72 anos, é advogada, professora aposentada e presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher do Estado do Espírito Santo (Cedimes).

Nascida em Conselheiro Pena, em Minas Gerais, Maria José veio com a família para Porto de Santana, em Cariacica, quando tinha 4 anos de idade.

Ao longo da vida, se tornou ativista pelos direitos das mulheres e dos idosos.

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