Morte, destruição e prejuízos com temporal no Estado

Um homem morreu ao cair em bueiro em Baixo Guandu, ruas ficaram alagadas e o teto do Terminal de Itaparica desabou

Francine Spinassé, do jornal A Tribuna | 23/01/2024, 16:21 16:21 h | Atualizado em 23/01/2024, 16:21

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/160000/372x236/Morte-destruicao-e-prejuizos-com-temporal-no-Estad0016450500202401231621/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F160000%2FMorte-destruicao-e-prejuizos-com-temporal-no-Estad0016450500202401231621.jpg%3Fxid%3D714953&xid=714953 600w, Kettilyn Magalhães conseguiu escapar após carro ficar debaixo d'água quando passava pela BR-101, em Viana

As chuvas e os ventos fortes do último domingo não deixaram apenas vias alagadas, mas um rastro de prejuízos, destruição e morte no Estado.

As cenas do veículo submerso, apenas com o teto aparecendo, impressionaram quem passava pela BR-101, na altura de Marcílio de Noronha, em Viana, na noite do último domingo.

Para a gerente administrativa Kettilyn Magalhães, de 28 anos, que estava dentro do Toyota Corolla, os momentos de desespero ainda não saem da cabeça.

Ela estava indo para casa acompanhada do namorado quando o veículo em que estava não conseguiu seguir pela via lateral do viaduto da região e parou no alagamento. “Foram segundos até a água subir rapidamente”, revelou.

A Tribuna- Para onde estava indo no momento em que ficaram parados no alagamento?

Kettilyn Magalhães- Moro em Marcílio de Noronha e passamos o dia na praia, em Guarapari, em família. Minha filha, de 4 anos, estava com a gente, mas na hora de voltar, pediu para ir no carro da minha mãe. Foi Deus mesmo, pois não sei o que teria acontecido se ela estivesse com a gente.

Você viu que estava alagada a região?

Estava chovendo muito, mas passamos na via lateral de um lado do viaduto e estava normal, fomos seguindo o fluxo com os outros carros. Passamos por baixo do viaduto para entrar no bairro. Os carros todos passaram normalmente, mas o nosso parou no meio da água, não sei se por ser mais baixo.

Chegou a tentar sair?

Em questão de segundos, a água subiu muito e a porta já não abria. Eu entrei em desespero, comecei a gritar muito. A água foi entrando e foi Deus quem deixou que o vidro abrisse, pois as partes eletrônicas já estavam falhando. Só assim conseguimos sair pela janela. Eu subi em cima do capô e depois entrei na água. Já estava na altura do peito.

Já tinha passado por algo semelhante?

Nunca. Foi algo muito pesado, pois a gente viu a água subindo cada vez mais, até ficar só o teto. Ficamos de 19h30 até 1h para conseguir um guincho para retirar o veículo, pois demorou muito para a água baixar.

Você sabia?

O Incaper informou que amanhã a instabilidade volta a ganhar força no Estado, devido à atuação de um canal de umidade. A previsão é de chuva em todas as regiões.

Grávida perdeu tudo

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Com bebê previsto para nascer amanhã, Geralda Soares, 37, perdeu todo o enxoval, além de móveis e eletrônicos de sua casa, em Castelo Branco, Cariacica.

Ontem, a família de Geralda tentava limpar a casa e salvar o que conseguia em meio à lama. No quarto que estava preparado para receber Elisa Beatriz, a marca na parede mostrava o nível que a água chegou: mais de um metro. Para a família, ficou a preocupação de não ter mais os itens nem para levar para a maternidade.

O acumulado de chuvas chegou a 84,02 milímetros em Cariacica, 81,88 em Vila Velha, 65,43 em Domingos Martins, e 59,68 em Vitória. As chuvas devem continuar nesta semana.

A Climatempo explicou que uma frente fria que está parada no litoral da Bahia e a presença de uma baixa pressão atmosférica no mar – na altura do Espírito Santo e Rio de Janeiro – tem criado uma circulação de ventos favorável ao acúmulo de umidade. Esse é um ingrediente básico para a formação das nuvens de chuva, segundo o instituto.

Reforçou, ainda, que a semana será de tempo muito instável no Espírito Santo. “Um novo evento de Zona de Convergência do Atlântico Sul está se formando e as áreas de chuva mais persistentes vão atuar ao longo da semana sobre o Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais”, informou.

Há risco de chuva forte e raios em vários momentos, com potencial para alagamentos nas cidades.

Sete municípios estão em alerta moderado para riscos hidrológicos (enxurrada ou alagamento) e de movimento de massa (deslizamento), segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de perigo para chuvas intensas até sexta-feira para o Norte do Estado. Já para as demais cidades, o alerta até hoje é de risco potencial de chuvas intensas.

Terminal passará por reparos

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O teto do Terminal de Itaparica, em Vila Velha, terá de passar por reparos. A chuva do último domingo rasgou a lona que cobre o terminal, com o grande volume de água.

Um vídeo mostra o momento em que o material sofre o dano e uma “cachoeira” é formada. Essa não foi a primeira vez que a cobertura apresenta problemas com a chuva.

A Ceturb-ES informou que equipe da empresa contratada está fazendo levantamentos dos reparos necessários. Disse, ainda, que foram feitas intervenções no piso para facilitar o escoamento da água.

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