Mais de 3 mil reclamações de superlotação em ônibus do Transcol

| 22/06/2021, 17:17 17:17 h | Atualizado em 22/06/2021, 17:56

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O distanciamento social e o uso de máscaras são normas básicas para evitar o contágio do coronavírus. No entanto, para os passageiros do Transcol, a realidade é outra. As principais queixas que eles fazem são a lotação, principalmente nos horários de pico, e o fato de que muitos passageiros não utilizam a máscara.

Segundo dados da Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros (Ceturb-ES), de janeiro a maio de 2021, foram 4.474 reclamações sobre a falta de uso de máscara nos terminais e nos ônibus.

Uma média de 29 reclamações por dia. Além disso, houve 3.516 reclamações sobre lotação, ou seja, 23 reclamações por dia.

As linhas com mais registros são 501 (Terminal Itaparica via T. Carapina/T. Vila Velha), 506 (T. de Laranjeiras/T. de Itacibá), 507 (T. de Laranjeiras /T. do Ibes), 515 (T. de Laranjeiras/T. Campo Grande) e 591 (Serra/T. Campo Grande).

As denúncias podem ser feitas, desde maio do ano passado, pelo aplicativo “ÔnibusGV”. Ainda segundo dados da Ceturb, desde janeiro até maio deste ano, o sistema transportou 41.238.834 passageiros e realizou 134.841.450 viagens.

Para a estudante Gabriela Muniz, de 21 anos, o problema começa desde o ponto de ônibus, que fica lotado e não há espaço suficiente para fazer o distanciamento. Além disso, ela relata que muitos passageiros desrespeitam o uso da máscara.

“Falta consciência dos passageiros também, que não fazem uso correto da máscara. Muitas vezes no queixo ou deixando o nariz de fora. Outras vezes eles até colocam a máscara para entrar no ônibus, mas depois tiram”, disse a jovem.

A orientação do governo estadual é que os ônibus circulem apenas com as poltronas ocupadas, tendo os corredores livres, para aumentar a distância entre cada usuário dentro do coletivo. De acordo com a diarista Marilene da Cruz, 40 anos, que todos os dias pega duas conduções, coletivos lotados é uma realidade antes mesmo da pandemia.

Ela relatou algumas situações em que um fiscal impediu a saída de passageiros sem máscara, mas não fez nada em relação à aglomeração dentro do coletivo. “A gente fica preocupado, mas não podemos deixar de usar o ônibus para trabalhar”, disse.

Situações

“Enfrento aglomeração diária”

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A doméstica Neusa Auta Gomes, 49 anos, circula no Transcol para ir e voltar ao trabalho. Os horários são sempre os de maior movimentação. Ela denuncia a superlotação e que, mesmo com os ônibus cheios, motoristas continuam parando para embarque de passageiros.

“É um absurdo e deveria haver uma maior fiscalização, orientação. Nem todo mundo pode ficar em casa ou tem o carro próprio. Sobra para nós o problema. Enfrento aglomeração diária”, contou.

"Falta consciência”

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O pintor Carlos de Jesus Santos, 37 anos, ficou 28 dias internado por conta da Covid, em dezembro. Foram cinco dias intubado. Agora, recuperado, ele voltou a usar ônibus todos os dias para trabalhar.

Ele relata que enfrenta ônibus lotado todos os dias e que, muitas vezes, os passageiros são informados sobre a lotação e uso de máscaras, mas que muitos se negam a respeitar as orientações.

“Tem passageiro que é ignorante. O motorista avisa, eles agem com ignorância e o motorista fica com medo. “Falta consciência de muita gente”.

Outro lado

Frota total nas ruas

A Ceturb-ES informou que desde o dia 05 de outubro o Sistema Transcol opera com 100% da frota e todas as linhas são monitoradas constantemente para que ajustes sejam feitos, em caso de aumento de demanda.

Nos terminais, a fiscalização, tanto da Ceturb-ES quanto das empresas, atua orientando a população, mas em horários de pico muitos usuários optam por embarcar nos veículos, independentemente da lotação.

A companhia reafirma que é importante usar o aplicativo Ônibus GV para saber quando o ônibus chegará ao ponto de parada e se programar para evitar aglomerações.

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