Justiça manda União provar se feijão vendido por pastor cura Covid

| 28/10/2020, 19:56 19:56 h | Atualizado em 28/10/2020, 20:00

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-05/372x236/semente-cura-84e3be551dbaf26d08f36d8fa1fcf616/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-05%2Fsemente-cura-84e3be551dbaf26d08f36d8fa1fcf616.png%3Fxid%3D148073&xid=148073 600w, Valdemiro Santiago fala sobre a planta que, segundo ele, cura a covid-19

A Justiça Federal de São Paulo determinou nesta terça-feira (27) que a União deve informar no portal do Ministério da Saúde se feijão apresentado pelo pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, como curar para covid-19 tem eficácia ou não contra o vírus.

O pastor havia anunciado em vídeos publicados no YouTube em maio que as sementes vendidas no site da igreja por R$ 1 mil tem propriedades de cura do novo coronavírus.

A Justiça determinou que a ministério tem 15 dias para incluir informações sobre o produto no site.

O Ministério Público Federal (MPF) considera que houve "prática abusiva da liberdade religiosa", determinou a retirada dos vídeos da plataforma e que a pasta da saúde informasse que a propaganda feita pelo pastor se trata de uma fake news.

A determinação foi acatada pelo ministério em um primeiro momento e um aviso sobre a ineficácia dos feijões foi incluído no portal. O aviso, porém, foi retirado sob o argumento de que incentivava ao "questionamento da fé e crença de uma parcela da população".

O juiz federal Tiago Bitencourt de David, da 5ª Vara Cível de São Paulo, determinou que a União tem o dever de informar a população sobre formas de prevenção, promoção e recuperação da saúde para que as pessoas possam decidir por livre e espontânea vontade quais medidas devem ser tomadas. O magistrado ainda diz que "informar não é obstruir uma profissão de fé".

O MPF entrou com uma ação exigindo que Valdemiro e a igreja paguem R$ 300 mil de indenização por divulgar uma cura falsa.

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