Confusões por amor a carro antigo

| 29/03/2020, 16:47 16:47 h | Atualizado em 29/03/2020, 17:31

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-03/372x236/confusoes-por-amor-a-carro-antigo-91f469705d9b4c6e7e6a047d4d5ec655/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-03%2Fconfusoes-por-amor-a-carro-antigo-91f469705d9b4c6e7e6a047d4d5ec655.jpg%3Fxid%3D115279&xid=115279 600w, Exposição de Veículos em um dos encontros realizados pelo Clube dos Antigos de Guarapari

“O carro ou eu”. Essa é a expressão mais ouvida entre os apaixonados por carros antigos. É que esse amor pelo veículo, acaba fazendo com que muitos homens deem uma atenção diária às raridades que são consideradas seus verdadeiros xodós.

Entre o carreteiro Vinícius Gilberto Leal, 38 anos, e a universitária Jamilla Paresqui, 33, o Opala Diplomata 1989 foi o motivo de um longo desacordo. Como ela não aceitava o carro, ele comprou o veículo escondido. O segredo durou sete meses.

“Ele tinha me perguntado se eu queria o carro e eu disse que não, por achar que era um gasto supérfluo. Mas ele sempre foi apaixonado por esses clássicos e acabou comprando escondido. Demorou sete meses para me contar”, relata Jamilla.

O marido disse que só revelou o segredo porque queria que ela visse o carro na oficina, para compartilhar algumas ideias. “Eu escondi. Mas já estava me incomodando e acabei contando. De início, ela ficou uma fera, mas agora está aceitando”, revela ele, entre risos.

No Clube dos Antigos de Guarapari (Clag), criado há alguns meses, histórias de brigas e confusões fazem parte das conversas entre os proprietários das raridades. Eles dizem que o carro pode causar até separação de casais.

“Minha esposa, por exemplo, nem vem. Dessa última vez que troquei o carro, ela também não gostou muito e quase me mandou embora. Ela fala que eu tenho mais ciúmes do carro do que dela”, conta o motorista rodoviário Wagner Almeida, de 38 anos.

Um dos fundadores do grupo, o autônomo Alexandre Tedesco, 44, diz que o Clube dos Antigos de Guarapari foi criado justamente para conversar sobre a paixão pelas raridades, peças dos carros, além de organizar encontros.

“Nossa paixão por esses carros é antiga. Nós nos encontramos para conversar sobre os veículos, sobre peças, como comprar os carros. Tenho uma Caravan que está comigo há 17 anos”, contou.

Mensalmente, eles exibem os carros em frente ao Radium Hotel, no Centro. As informações são divulgadas através do Instagram @clag.

Curiosidades

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Fusquinha e Gurgel
De uma oportunidade, surgiu a grande paixão do casal Flores por carros antigos. Amantes do esporte, a protética Adriana Flores, 49, e o cirurgião dentista João Luiz Flores, 50, procuravam um carro que pudesse carregar o caiaque e as bicicletas. O veículo encontrado foi um Gurgel, de 1989, amarelo.

“Compramos por ser uma oportunidade, mas logo virou nosso carro de estimação e já viajou muito com a gente pelo Brasil. Jamais venderia”, contou João Luiz, que também tem um Fusquinha branco e azul, de 1970, comprado da mãe.

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Puma conversível
Um Puma conversível era o sonho de qualquer jovem na década de 1980, conta o policial militar da reserva Celso Luiz do Carmo. Hoje, aos 68 anos, ele e a mulher, a médica Cléia Dias, 62, desfilam pelas ruas de Guarapari com a raridade, de 1983.

“Meu pai tinha oficina mecânica, era apaixonado por veículos antigos e sempre tinha um. Na minha juventude, o Puma era um grande sonho. Depois de mais velho, virou minha relíquia”.

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Negócio secreto

O motorista rodoviário Wagner Almeida, 38, é casado com a consultora tecnológica Josiane Buback. Eles são padrinhos de casamento do carreteiro Vinícius Gilberto Leal, 38, e da universitária Jamilla Paresqui.

Foi Wagner quem vendeu um Opala Diplomata 1989 para Vinícius, que escondeu o carro por sete meses da mulher.

Josiane também não sabia da negociação. “O Wagner não me falou que tinha vendido o carro e comprado outro”, contou.

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Coleção de veículos
O empresário Neder Santana, 49, e o filho, Bruno Santana, 23, passaram a colecionar veículos antigos há 10 anos. Na coleção de 12 carros tem um Puma GTS, de 1977, e o clássico Farus, TS, de 1982, que possui placa preta, garantindo mais de 80% da sua originalidade.

“É uma paixão que vem desde criança. Meu pai já viajava com um Puma. Eu tenho um Caravan há 10 anos, e eu e meu filho passamos a ter o próprio acervo. O Farus, inclusive, é o único de placa preta, garantindo a originalidade do veículo. É como se tivesse um pedigree”, conta Neder.

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