Cena do acidente em tirolesa teria sido modificada, aponta polícia

| 03/05/2021, 09:30 09:30 h | Atualizado em 03/05/2021, 10:41

Os equipamentos de segurança que eram usados pelo engenheiro João Paulo Sampaio dos Reis, 47 anos, durante o momento em que ele se acidentou e morreu no Morro do Moreno, na tarde de sábado, foram retirados de seu corpo, minutos após o acidente. A mudança na cena do acidente, segundo um registro feito pela Polícia Militar, foi feita por um dos responsáveis pela tirolesa.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-05/372x236/morro-do-moreno-b6fa19c8fa2e8f8dfd7aa429f16ae86e/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-05%2Fmorro-do-moreno-b6fa19c8fa2e8f8dfd7aa429f16ae86e.jpeg%3Fxid%3D171577&xid=171577 600w, Acesso à tirolesa do Morro do Moreno

De acordo com o documento, os militares da Força Tática foram acionados pelo Ciodes para irem na localidade onde o acidente havia acontecido.

Ao chegarem ao local, eles se depararam com o engenheiro morto e, apesar de ter sofrido o acidente na tirolesa, não se encontrava com nenhum equipamento referente à prática do esporte, como capacete e cintos. Um dos proprietários, que segundo o registro policial, se apresentou como cabo do Corpo de Bombeiros, lotado na 1° Companhia do Sexto Batalhão, teria dito que ele teria colocado o engenheiro na plataforma e que ainda no local do acidente, ele havia removido o material esportivo do corpo do engenheiro.

Ainda segundo o documento, foi solicitado, pelos militares, que ele apresentasse todo o material retirado, mas ele se recusou a apresentar. Um dos bombeiros, que esteve no local da ocorrência e que preferiu não se identificar, contou que, ao chegar ao local, também achou estranho a vítima não estar com os equipamentos de segurança.

“A vítima só estava de bermuda e camiseta. Ele tinha de ter um cinto, o capacete também. Aliás, o capacete não apareceu. Agora, o perito vai dizer se foi falha no equipamento ou se foi falha humana. Tendo em vista que eles (donos da tirolesa) alteraram a cena do local”, disse o bombeiro.

Ele revelou ainda que no local onde possivelmente o engenheiro colidiu havia marcas de pés. “Isso indica que ele (vítima) tentou frear com os próprios pés”, disse.

A Polícia Civil informou que o corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, para ser identificado e para ser feito o exame cadavérico, que irá identificar a causa da morte.

O caso seguirá sob investigação da Polícia Civil, para uma melhor apuração dos fatos, que aguardará o resultado da perícia realizada na tirolesa. Outras informações não serão repassadas para preservar a apuração do incidente.

Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que a investigação é feita pela Polícia Civil e disse que, caso a apuração indique que o militar descumpriu normas de conduta dos Bombeiros Militares, serão adotadas providências cabíveis.

"O Corpo de Bombeiros Militar esclarece que a investigação sobre o incidente é de responsabilidade da Polícia Civil, que vai apurar as circunstâncias e a dinâmica dos fatos.

A missão do Corpo de Bombeiros Militar foi cumprida no momento que a equipe foi rapidamente ao local prestar o serviço de salvamento e resgate da vítima que, infelizmente, já estava sem sinais vitais.

O CBMES esclarece que o militar sócio do empreendimento não estava a serviço da CBMES no momento dos fatos, e sua conduta será apurada no Inquérito Policial a ser instaurado pela Polícia Civil. Caso a apuração dos fatos venha a indicar descumprimento das normas de conduta dos Bombeiros Militares, as providências cabíveis serão adotadas", diz o texto enviado pela assessoria.

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