Capixaba intoxicado por cerveja tem paralisia facial, nas pernas e braços

| 12/01/2020, 17:31 17:31 h | Atualizado em 20/06/2022, 17:46

Internado em estado grave após ser intoxicado por substância encontrada em cerveja, o capixaba Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37 anos, teve paralisia facial, nas pernas e nos braços. Ele é uma das 10 vítimas da síndrome nefroneural que atingiu o estado de Minas Gerais nos últimos dias. O sogro dele, o bancário Paschoal Demartini Filho, 55 anos, morreu com os mesmos sintomas.

A principal linha de investigação da Polícia Civil de Minas Gerais é em cima da cerveja Belorizontina, produzida pela cervejaria Backer. Uma perícia feita em garrafas encontradas na casa do capixaba detectou na bebida a substância dietilenoglicol, que é tóxica e pode causar insuficiência renal, problemas neurológicos e levar à morte.

O engenheiro metalúrgico nasceu em Marataízes, no Sul do Estado, e mora em Belo Horizonte, onde trabalha. No dia 22 de dezembro, o capixaba e a família da mulher fizeram um churrasco e consumiram a cerveja. Felippe começou a passar mal na manhã seguinte, com febre, dor no corpo e diarreia. Logo o sogro também adoeceu e ambos foram internados no dia 27. O sogro morreu na última quarta-feira (08). Já Felippe está internado em Belo Horizonte em estado grave.

Assim como Felippe e o sogro, todos os outros pacientes são homens e estão ligados, de alguma forma, ao bairro Buritis,na capital mineira. Alguns moram no local, enquanto outros trabalham ou passaram por lá nos dias anteriores à contaminação. Outro ponto em comum é o consumo da cerveja Belorizontina.

Leia mais: Cerveja artesanal pode ter sido causa de "doença misteriosa" em Minas Gerais Entenda o que é o dietilenoglicol, substância encontrada em cerveja

A cervejaria Backer

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/50000/372x236/inline_00059527_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F50000%2Finline_00059527_00.jpg%3Fxid%3D348098&xid=348098 600w, Cervejaria Backer
O Ministério da Agricultura interditou a cervejaria Backer na última quinta-feira (09). Segundo a empresa, o dietilenoglicol não faz parte do processo de produção de suas cervejas.

A cervejaria não aponta nenhuma hipótese para explicar como, então, a substância teria contaminado os produtos periciados.

O lote onde a substância tóxica foi encontrado chegou a ser vendido para o Espírito Santo, segundo a empresa mineira. Supermercados que faziam a venda da bebida estão recolhendo as garrafas das prateleiras.

Por orientação do Ministério da Agricultura e da a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), as vigilâncias sanitárias municipais farão vistorias nos estabelecimentos para recolher as garrafas a partir de amanhã. Além do Estado, a bebida também foi comercializada para Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal.
 

SUGERIMOS PARA VOCÊ: