Cerveja artesanal pode ter sido causa de "doença misteriosa" em Minas Gerais
Um laudo da Polícia Civil confirmou a presença de uma substância tóxica em garrafas de cerveja da marca Belorizontina, da cervejaria Backer, encontradas em casas de pacientes internados com a doença misteriosa.
Segundo o Instituto de Criminalística da Polícia Civil, foi encontrada a substância dietilenoglicol em dois lotes da cerveja. O dietilenoglicol é uma substância anticongelante, de uso comum na indústria. Sua ingestão pode provocar insuficiência renal e problemas neurológicos.
A cervejaria Backer também comercializa produtos no Espírito Santo, inclusive a cerveja Belorizontina. Na última quarta-feira, a empresa negou que a bebida possa ter relação com os sintomas apresentados pelos pacientes.
“Estamos acompanhando de perto todos os casos relacionados a nossa marca e torcendo para que todo mal entendido seja esclarecido”. Em nota, a Backer disse que a substância encontrada não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina. Os lotes serão recolhidos do mercado por precaução.
Doença misteriosa deixa Estado em alerta
Uma doença misteriosa ainda não reconhecida está sendo investigada em Minas Gerais e já deixa o Espírito Santo em estado de alerta. Em pouco mais de uma semana, oito homens foram hospitalizados em Belo Horizonte, sendo que um deles morreu.
As vítimas têm entre 23 e 76 anos e apresentaram os mesmos sintomas: desconforto gastrointestinal, insuficiência renal aguda e alterações neurológicas.
Por conta da proximidade entre os estados e do fluxo de turistas mineiros no litoral capixaba, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) enviou uma nota técnica para os municípios alertando sobre o caso.
“Alguém vindo de Minas Gerais pode adoecer aqui e precisar de intervenção. Caso algum paciente se encaixe nesses casos, a vigilância epidemiológica do município precisa comunicar à Sesa para que uma investigação seja feita”, explicou o coordenador do Comitê Operativo de Emergência da Sesa, Gilton Almada.
Todos os nove homens apresentaram sintomas como náusea, vômito, diarreia, paralisia facial e cegueira parcial ou total.
O que mais chamou a atenção dos médicos é a evolução rápida da insuficiência renal aguda: menos de três dias do aparecimento dos primeiros sintomas.
Bairro
Autoridades de Minas Gerais divulgaram que todos os pacientes estão ligados, de alguma forma, ao bairro Buritis, área nobre de Belo Horizonte. Alguns moram no local, enquanto outros trabalham ou passaram por lá nos dias anteriores à contaminação.
A morte confirmada até o momento é a de Paschoal Darmartini Filho, de 55 anos, que estava internado na cidade de Juiz de Fora, mas passou o fim do ano passado na capital mineira. Os demais pacientes seguem internados em hospitais da região metropolitana de Belo Horizonte
Para o nefrologista da Rede Meridional, Sergio Gobbi, não há motivo de pânico para os moradores do Estado, mas o alerta é importante, principalmente com a ingestão de bebidas e comidas.
“Ainda é muito cedo para afirmar qualquer coisa, mas é preciso ficar atento, independente do surto. A orientação é evitar comida de procedência duvidosa, principalmente na praia, assim como bebida, quando não se sabe de onde vem”, disse.
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