Anac deve explicar mentira para cobrar por malas
A alta de 8% no preço das passagens aéreas em 2019 deve provocar algo incomum entre dirigentes de “agências reguladoras” que cometem desatinos para atender interesses das empresas: dar explicações ao Congresso.
É o que deve acontecer ao diretor-presidente da Anac, José Botelho, sobre a promessa de sua agência que a cobrança de bagagem reduziria o valor da passagem. Como se viu, era mentira.
Favas contadas
Ninguém acreditou na promessa da Anac, quando instituiu a cobrança por malas, antes gratuitas, em obediência às empresas aéreas.
Entidade de empresas
As “agências reguladoras” em geral não honram a designação. Poucas atendem tanto o interesse das empresas reguladas quanto a Anac.
Volta da gratuidade
O deputado José Nelto (GO) acha que já não existem motivos para que se mantenha a regra em vigor da cobrança pelas malas.
Golpe mais recente
O mais recente golpe da Anac contra os passageiros foi abrir brecha para que algumas empresas estejam cobrando até pela mala de mão.
Peça teatral esnoba dinheiro público e faz sucesso
O público paulistano que lota as exibições de “Mãos Limpas”, no Teatro Renaissence, é surpreendido pelo aviso que precede o início da peça de Juca de Oliveira, estrelada pelo estupendo Fúlvio Stefanini: não há dinheiro público no espetáculo.
Os fãs adoram, orgulhosos, na expectativa de que essa atitude vire tendência; um movimento bem mais digno do que choramingar por dinheiro público bancando projetos que raramente o merecem. Arte de qualidade rende e dá prestígio.
Produto de primeira
Se o espetáculo é bom, bem dirigido, atores de primeira, não tem erro: é sucesso garantido. Assim se ganha honestamente fazendo arte.
Na fila do guichê
No Festival de Berlim, há dias, o diretor Kleber Filho choramingou por “projetos congelados”, à espera de dinheiro público. Constrangedor.
Dinheiro no ralo
Em 2018, o governo distribuiu R$ 700 milhões para filmes vistos apenas em sonolentas sessões domésticas promovidas pelos seus diretores.
Suspeita grave
Agora dá para entender por que o advogado de Flávio Bolsonaro disse que o caso do miliciano executado era “muito mais grave” que a morte da garotinha Agatha por bala perdida. No caso do ex-capitão, a viúva desconfia do envolvimento do próprio governador no assassinato.
Bom juízo não tem
O senador Major Olímpio (PSL-SP) acha que o colega cearense cometeu “suiCid”, ao avançar com retroescavadeira contra amotinados. “Ele está vivo por causa da medicina e as mãos de Deus”, diz.
Culpa é sempre do outro
O verborrágico político cearense Ciro Gomes xingou o presidente Jair Bolsonaro pela confusão provocada por seu irmão e o governador abestado que ambos elegeram. Fazer mea culpa não é para os fracos.
Melhora gradual
O Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública mostra que janeiro de 2019 foi o mês que com mais homicídios no País, no governo Bolsonaro (3.700). Desde então, todo mês registra menos mortes.
Brasil pede passagem
A startup brasileira Quinto Andar, plataforma que facilita o fechamento de negócios imobiliários pela via digital, obteve investimentos de US$ 250 milhões (ou R$1,095 bilhão) liderados pelo Softbank.
Chute é livre
Jornalões desistiram de fake news sobre o “iminente rompimento” do ministro Sergio Moro (Justiça) com seu chefe presidente. Agora a aposta é no “desgaste” de Paulo Guedes (Economia) no Planalto.
Grandes dificuldades
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) enfrentará dificuldades para se reeleger ao Senado. Só haverá uma vaga em disputa em 2022 e pré-candidatos não sobram em Pernambuco, como o atual governador.
Borduna na idiotice
O próprio cacique Raoni desautorizou os idiotas que tentam censurar fantasias de índio no Carnaval: “Nós usamos objetos de vocês também, então é uma troca”, afirmou.
Pergunta no Planalto
Após a viúva revelar a suspeita conexão do miliciano a Wilson Witzel, alguém vai se desculpar por haver tentado ligar o Presidente ao crime?
Poder sem pudor
Despacho on the rocks
O governador mineiro Hélio Garcia era famoso por não despachar com secretários. Houve quem jamais se reunisse a sós com ele.
O titular da importante pasta de Obras, Maurício Pádua, levou três meses tentando agendar um despacho. Na hora marcada, chegou ao Palácio das Mangabeiras, residência oficial, e Garcia observou lá de cima que ele carregava grande volume de pastas. Orientou o ajudante de ordens: “Eu não chamei o Maurício aqui para despachar, sô, mas para tomar uns uísques. Leve aquelas pastas de volta ao carro dele...”
Colaboram: André Brito e Tiago Vasconcelos