Pronto! O próprio técnico Tite tornou pública a contrariedade dos jogadores da Seleção Brasileira com a decisão da CBF em ser parceira da Conmebol na realização da Copa América. Agora, as críticas à ideia esdrúxula de trazer o torneio para o Brasil não é mais coisa de esquerdopatas, comunistas ou coisa que o valha.

A ineficácia dos países do continente na aplicação de medidas de combate à pandemia é manchete no exterior e era mais do que óbvio que, a qualquer momento, o desconforto daqueles que atuam nos clubes europeus iria aflorar.

E tenham certeza de que os brasileiros não estão sozinhos nessa. Há jogadores de outras seleções assustados com as novas cepas e não me surpreenderia se ainda houver manifestações semelhantes.

A Copa América não tem a relevância que o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, acredita, e o mais sensato, com a impossibilidade de dividi-la entre a Colômbia e a Argentina, em momento de dificuldade sanitária, era o seu cancelamento.
Assim, ele ganharia datas até para realizar as duas rodadas das Eliminatórias canceladas em março.

Mas, não. O dirigente da confederação sul-americana tenta fazer vista grossa e transfere para o país que é considerado o epicentro da doença uma competição que, repito, não tem para o calendário do futebol a importância que se tenta dar a ela.

A Copa América, primeiro torneio de seleções do continente, foi importante numa época em que as escolas de cada país se enfrentavam pouco. Anos em que havia apenas a Libertadores como disputa entre os países e em que os clubes participantes eram apenas o campeão e o vice dos respectivos campeonatos nacionais.

Lembro que em 2004, edição vencida pela Seleção, alguns jogadores que brilhavam no futebol pediram para não participar do torneio realizado no Peru.
Alguns se viam exaustos com o calendário europeu e pediram a liberação diretamente a Carlos Alberto Parreira. Que de pronto entende e aceitou, levando um time cheio de jogadores que atuavam no Brasil.

Uma bela oportunidade para testar revelações que acabaram se tornando opções. Mas, enfim, o pedido dos jogadores que atuavam nos clubes europeus já evidenciava o desgaste do torneio.

Enfim, em meio a essa polêmica desnecessária comprada pela CBF, Tite leva a campo um time com oito novidades – tomando por base os times que jogaram as primeiras quatro partidas das Eliminatórias. O jogo é contra o Equador, em Porto Alegre, mas as atenções estarão voltadas para a ponte-aérea Rio-Brasília.