Endrick entrou no segundo tempo e marcou o gol da vitória contra o México |  Foto: Crédito: Rafael Ribeiro/CBF

Endrick tem três gols pela seleção brasileira de Dorival Júnior em 91 minutos de participação com a camisa pentacampeã do mundo. Isso significa que o atacante de 17 anos vendido pelo Palmeiras ao Real Madrid por 80 milhões de euros tem mais do que três gols em três jogos: Endrick fez os três gols na minutagem de uma só partida, o que é muito mais emblemático para um atacante.

E gostaria de lembrar que ele ainda não vestiu a camisa do novo clube. Não! Endrick está há um ano e meio sendo trabalhado, maturado e lapidado num clube brasileiro. Jogando no futebol daqui. No máximo, a experiência internacional não havia ido além dos dez jogos da Libertadores, onde atuou durante 300 minutos, somando seus minutos em duas edições diferentes: 2023/2024.

Pois Endrick estreou na seleção este ano fazendo gol em duas seleções europeias do top five da UEFA, e na mais forte dos países da América Central. Inglaterra, Espanha e México conheceram a vocação goleadora da revelação do futebol brasileiro e caberá a Dorival Júnior, agora, assumir a missão de depura-lo. Porque acho difícil que o menino receba muitas chances no Real Madrid.

No atual campeão europeu, o prodígio não terá a assiduidade com a qual Abel Ferreira o usava entre os titulares do Palmeiras. Mas Carlo Ancelotti, por certo, não irá abrir mão dele. Endrick disputara espaço com Vinicius Júnior, Rodrygo e Mbappé - afora Jude Bellingham. E precisará de resiliência e boa percepção sobre a nova fase da vida para encarar as nuances dessa disputa.

Lembro que Vinicius Júnior, após ser integrado ao elenco principal do Real, teve problemas para se afirmar com Zidane. O francês tinha preferência por Hazard e a imprensa espanhola chegou a dizer em 2019 que o técnico tinha dúvidas sobre seu potencial para jogar no clube merengue. Pode isso? Vini só não foi emprestado porque Florentino Pérez bateu o pé. Sobrou para o técnico francês. É porque Ancelotti assumiu…

Na vitória de 3 a 2 sobre o México no amistoso de sábado (08), no Texas, Endrick fez o que dele se espera: o gol da vitória! Longe de querer criar polêmica, chamo a atenção para o fato de ele não ser ainda um jogador “estrangeiro”. E torço para o desempenho dele na Copa América enterrar o clichê de que os melhores estão lá fora. “Nem sempre”, eu direi…