“Hamas usa a trégua para preparar 2ª fase do ataque”

Henrique Cymerman é jornalista e membro do Instituto Brasil-Israel |  Foto: Reprodução/Instagram @henriquecymerman

“O Hamas está numa situação difícil. A sua infraestrutura militar foi quase totalmente destruída e o grupo precisa se reorganizar. A minha impressão é que eles vão tentar encontrar todos os pretextos do mundo para alargar o máximo possível o cessar-fogo”, afirma o jornalista Henrique Cymerman, eleito “anjo da paz” pelo Papa Francisco por sua cobertura de guerra no Oriente Médio há mais de 20 anos. Cymerman, que já entrevistou todos os líderes do Hamas, falou com exclusividade à coluna e analisou a tática dos terroristas. “Eles dizem que precisam de mais dias para encontrar as crianças. Tudo é estratégia para esfriar o ataque de Israel, envolver a comunidade internacional e se reorganizar militarmente para a segunda fase”, avaliou.

EFEITOS. Para o jornalista, que é membro do Instituto Brasil-Israel, a opinião pública foi responsável pela libertação de reféns do Hamas. “Foi quem pressionou o governo a tal ponto dizendo: ‘enquanto não voltarem os reféns, não termina a campanha’”, diz.

DÚVIDA. De acordo com Cymerman, em Israel se avalia que existe uma “enorme ignorância” em alguns países sobre o que o grupo terrorista Hamas realmente significa. Ele destaca que, no Brasil, cidadãos contrários ao Estado judeu chegaram a usar camisetas do Hamas em manifestações.

LEMBRETE. “Ter a camisa do Hamas significa pertencer a um grupo neofascista, fundamentalista, islamista radical que quer, como disse a mim um de seus líderes Mahmoud Al-Zahar, que todo mundo seja islâmico. Quer que a mulher não possa sair na rua livremente, que os homossexuais sejam presos ou morram enforcados”, ressalta o jornalista.

DESAGRAVO. A bancada do PSD no Senado se uniu para defender o correligionário e presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (MG). Em nota antecipada à coluna, os senadores manifestaram indignação com as críticas de ministros do STF à aprovação da PEC que limita poderes da Corte.

MENOS. No ofício, a bancada diz que o Congresso exerce seu papel. Ainda reclama da agressividade dos magistrados, cobra moderação e respeito à Constituição.

QUEIXA. A sessão solene no Senado para homenagear os 180 anos do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) foi palco de novos recados ao STF, que está em pé de guerra com o Congresso. Diretores do IAB, o ex-deputado constituinte Miro Teixeira e o advogado Sydney Limeira Sanches cobraram equilíbrio entre os poderes. Uma das reclamações do instituto é que a advocacia é “vilipendiada” com “incompreensão” vinda do próprio Judiciário.

EXTINTOR. O ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, atuou para reconstruir a ponte entre governo e STF. Para participar do “jantar de pacificação” promovido pelo presidente Lula aos magistrados na quinta-feira (23), Messias faltou à entrega das Comendas da Ordem do Mérito da AGU, que homenageou seis ministros do governo. Foi representado pelo número dois da pasta, Flávio Roman.

DISPUTA. A atuação de Messias, cotado para o STF, o aproximou de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, que preferem ver Flávio Dino na Corte.

Para ver, ouvir e pensar

Filme: Cinema Paradiso

Música: Corra e Olhe o Céu, de Cartola

Livro: Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles