Empate contra o Fortaleza fez desaparecer por definitivo a vantagem que o alvinegro possuía na liderança. Agora, o time não depende mais apenas de si mesmo para ser campeão e precisa torcer por pelo menos um tropeço do Palmeiras, além de vencer todos os jogos restantes |  Foto: AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA estado

O empate a duras penas com o Fortaleza no Castelão zerou a vantagem que o Botafogo possuía sobre seu mais próximo adversário. O Palmeiras assumiu oficialmente a liderança do Brasileiro, mas Flamengo, Bragantino, Grêmio e Atlético/MG têm reais chances matemáticas de brigar pelo título. Já é, para mim, a edição da Série A mais difícil desde a adoção da disputa com 20 clubes, em 2006.

Absolutamente impossível de se fazer previsões sobre seu desfecho, tanto na parte de cima quanto na de baixo.

Aquele Botafogo que liderava a competição com vantagem que chegou a ser de 13 pontos sobre o adversário mais próximo, já não existe mais.

O time somou dez (25,6%) dos 39 pontos das 13 últimas rodadas e apenas três (14,2%) dos 21 que disputou nas sete partidas mais recentes. E quando essa queda ocorre num período tão longo (setembro a novembro), é por algo mais complexo do que a simples troca de treinador.

Tiago Nunes ainda pode acertar o time, mas o título não depende mais do Botafogo. Uma pena.

Fé em Ramón

Com 73% de aproveitamento nos últimos cinco jogos do Brasileiro (três vitórias e dois empates), o Vasco de Ramón Díaz, pelo que tem jogado, já não é um time de luta contra o rebaixamento. Está ali, naquele funil desesperador, porque Paulo Bracks, o executivo da Vasco SAF, planejou mal a montagem do elenco no primeiro semestre.

A aposta em jogadores jovens, copiando o modelo do Bragantino, tirou o clube prematuramente da Copa do Brasil e comprometeu a campanha na Série A.

Com a contratação de sete jogadores mais experientes e a chegada do técnico argentino, o time ganhou competitividade e eficácia. E só por isso o aproveitamento de 21,4% nas primeiras 14 rodadas subiu para 53,3% nas últimas 20.

Como o próprio Ramón lembrou, se este grupo estivesse no clube desde o início, o atual aproveitamento de 1,6 pontos por rodada colocaria o time na 7ª colocação, com 54, entre Flamengo e Athletico/PR, adversário de amanhã, em Curitiba.

Ramón Díaz tem agora o desafio de administrar o emocional dos jogadores. Vasco precisa somar mais cinco pontos nos próximos doze que disputará, para atingir os 40% de aproveitamento. São confrontos com três equipes posicionadas no G-7 (Athletico/PR, Grêmio e Bragantino), mais um contra o Corinthians, que por ora luta na parte de baixo.