Má fase de Richarlison nos últimos meses faz com que a seleção não tenha um grande centroavante para dividir o protagonismo com Neymar. Gabriel Jesus deve voltar a receber mais chances |  Foto: Reprodução/X

De certo modo, Fernando Diniz se depara na Seleção Brasileira com um problema que o atormentou nos clubes que dirigiu, até que Germán Cano o resolvesse ao vestir a 14 do Fluminense: a falta de um goleador. E isso fica a cada dia mais evidente assistindo às forças europeias jogarem pelas eliminatórias da Eurocopa, quase todas com o centroavante de referência. No Brasil, não. Desde que surgiu a história do “falso nove”, o treinador, seja ele quem for, não consegue quem reparta com Neymar o protagonismo ofensivo.

Amanhã, no Estádio Centenário, em Montevidéu, o Brasil enfrentará o Uruguai com Gabriel Jesus, que não faz um gol pela Seleção há sete jogos. Até aí, ok – é praticamente o mesmo jejum de Richarlison. A meu ver, o problema é que o corte largo nas participações de Jesus mostra que o “artilheiro” do Arsenal tem um gol nas últimas 27 partidas pela Seleção – justamente aquele feito nos acréscimos do amistoso contra a Coreia do Sul, em junho do ano passado. A média é de 0,30 gol por jogo – 19 gols em 62 jogos.

A falta do “nove” que empurra a bola para o gol é algo que poderia ser discutido com um pouco mais de profundidade. E não apenas na Seleção, mas nos próprios clubes. Não produzimos mais os artilheiros de área, ok. Mas isso acontece por que o desenho dos times ganhou novos contornos táticos ou por falta de competência dos formadores? Pelo interesse em centroavantes argentinos e uruguaios, o problema me parece nas divisões de base.

Panos quentes

Mais de 24 horas se passaram e a CBF não se pronunciou sobre o episódio relatado pelo radialista José Carlos Araújo a respeito dos xingamentos de Neymar a Ednaldo Rodrigues, o presidente da entidade, à saída do gramado da Arena Pantanal, em Cuiabá. Como quem cala consente, a CBF oficializa perigosa subserviência…