Classificação do Flu à final da Libertadores aproxima Diniz da coroação pelo trabalho que vem fazendo no futebol brasileiro nos últimos anos |  Foto: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC

A classificação do Fluminense à final da Libertadores no meio da semana não coroa apenas o todo que vem sendo feito por Fernando Diniz, nos últimos dois anos. O roteiro dos 180 minutos de futebol contra o Internacional do argentino Eduardo Coudet eleva o patamar do técnico tricolor, e revigora a capacidade do treinador brasileiro como um todo, classe ainda carente de eficácia.

Descontando o comportamento irascível na beira do campo e demasiadamente apegado aos equívocos das arbitragens, Diniz reluz agora num torneio continental e resgata o valor do perfil nacional. E é importante enfatizar isso, ainda que sem conquista, para que a defesa do trabalho a longo prazo não seja narrativa só a favor dos estrangeiros, mas também dos jovens treinadores brasileiros.

O Internacional teve chances de bater o time carioca, tanto no jogo do Maracanã, atuando o segundo tempo com um jogador a mais, quanto em alguns momentos da partida no Beira Rio. Mas, ainda que insistam em atribuir ao acaso o resultado do duelo de estratégias, prevaleceu o tempo de casa de Diniz: do elenco montado dentro de limitações do clube à regeneração coletiva no decorrer dos jogos.

Que isso, grosso modo, possa servir de estímulo a Lúcio Flávio, que tem nova oportunidade seguir no cargo. Não sei dizer o quanto ele, de fato, contribuiu para o bom desempenho do Botafogo naqueles jogos sob o comando de Cláudio Caçapa. Mas o conhecimento de causa, aliado ao tempo de serviços prestados ao clube, pode alavancá-lo na função. Em tese, basta que consiga reaver a confiança erguida por Luís Castro.

Não lembro de um clube que tenha conquistado o Brasileiro, em todas as suas divisões, sendo dirigido por quatro técnicos na mesma edição - o máximo, até aqui, foi o Corinthians de 2005, com Passarela, Márcio Bittencourt e Antônio Lopes. Mas com quatro treinadores é novidade. Bronca que agora terá de ser “suportada” pelos jogadores do Botafogo, que foram determinantes na queda de Bruno Lage.

O time segue em vantagem, mas precisa reagir rapidamente à queda de produção, melhorando a média de pontos por jogo no fechamento do segundo terço do Brasileiro. Nas primeiras 13 rodadas, o Botafogo registrou média de 2,53 pontos por jogo. E tem agora 1,58 nas 12 desse penúltimo terço - ou seja: tem uma defasagem de um ponto por jogo. A vitória hoje significaria, portanto, um belo sinal de retomada do torque para o terço final…