Invasão a escola em Jardim da Penha: “Foi Deus quem salvou meu filho”
Ex-aluno de 18 anos entrou em colégio com arco, flecha, coquetel molotov e facas ninja. Ele disse que mataria sete pessoas
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“Foi Deus quem salvou meu filho”. Essa é a única explicação que uma analista administrativo, de 35 anos, consegue dar para o que aconteceu na sexta-feira (19) com o filho, de 10 anos, na escola Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, Vitória.
Preparado para um massacre, um jovem de 18 anos invadiu a escola após pular um muro. Houve pânico e correria entre alunos e funcionários. Nas mãos e pelo corpo, ele carregava três arcos e flechas, munições para elas, coquetéis molotov e seis facas. Para policiais militares, o ex-aluno da escola contou que o plano era matar seis ou sete pessoas.
O acusado chegou a entrar em uma das salas de aula e atirar flechas contra alunos e professor, mas não acertou.
Ao lado do filho, a analista administrativo contou o desespero ao receber um áudio dele chorando e dizendo que um homem armado tinha invadido a escola.

A Tribuna: Como ficou sabendo o que tinha acontecido?
Analista administrativo - Foi por volta das 14h40, quando estava no meu trabalho e recebi um áudio do meu filho. Ele gritava muito e falava que estava tendo um ataque na escola, que tinha um homem armado e que estava tentando matar todo mundo. Imediatamente, fui para a escola. Quando eu cheguei lá a polícia já estava.
Tinha muita criança chorando, muita correria. Meu filho estava muito desesperado, porque teve contato com o bandido. Graças a Deus os policiais chegaram rápido e, com a ajuda dos professores, coordenadores, diretores, conseguiram imobilizar o rapaz.
O que aconteceu com ele?
Meu filho estava saindo da sala, sozinho, para levar um material para a biblioteca. Ele deu de cara com o rapaz, que já apontou aquela arma para a cabeça dele. Meu filho ainda chegou a perguntar se era brincadeira, pois estava tendo um teatro na escola. Ele disse que não. Aí na hora meu filho chutou ele na perna e a arma caiu. Ele chegou a arranhar o rosto do meu filho.
E depois?
Ele contou que entrou para a sala e avisou para todos que tinha uma pessoa armada. O menino chegou a entrar na sala e disparar algumas vezes, mas não acertou ninguém. Aí ele saiu. Meu filho começou a empurrar as cadeiras para a porta e todos ajudaram. Depois o rapaz foi imobilizado pelo professor.
Quando percebeu a gravidade do que aconteceu?
Olha, eu nem sei dizer. Foi Deus mesmo porque o bandido chegou a apontar e tentar atirar a flecha no no meu filho, mas não funcionou. Um policial depois mexeu na arma e viu que ela estava travada mesmo. Deus protegeu a todos ali.
Como se sentiu, como mãe?
Ah, a gente se sente impotente, né? É algo que a gente nunca espera. Nunca ocorreu isso aqui em nosso Estado. Dá medo.
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