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Cidades

Cientistas querem incluir insetos no cardápio do futuro

Com alto teor nutritivo e produção sustentável, grilos, larvas e formigas serão boas opções de alimentos saudáveis, segundo estudos


Imagem ilustrativa da imagem Cientistas querem incluir insetos no cardápio do futuro
Professora de Gastronomia, Andreia Pimentel diz que insetos já fazem parte da alimentação: “É o caso do corante carmim, presente em biscoitos” |  Foto: Divulgação

Crocante de formigas, grão-de-bico de larvas de mosca negra e macarrão com farinha de grilo. Para os mais corajosos, um espetinho de gafanhotos ou uma farofa com cupins fritos.

Esses serão alguns dos ingredientes comuns no prato dos brasileiros, segundo os cientistas. No cardápio do futuro, eles querem incluir alimentos à base de insetos ao lado dos já tradicionais arroz e feijão.

 “Com o crescimento da população, a estimativa é que vamos ter de aumentar a nossa oferta de alimento em 56% usando poucos recursos naturais e ainda reduzindo 76% da emissão de gases que provocam o efeito estufa, segundo os dados da FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura)”,  pontua o doutor em Zootecnia Diego da Costa.

O professor, que  atua na pesquisa sobre alimentação com insetos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que é nesse contexto que os insetos surgem como fonte de alimentos para o mundo todo, inclusive para os brasileiros.

Para a professora de graduação e pós-graduação em Gastronomia Andreia Pimentel, especialista em Comida de Selva, outra vantagem dos insetos no cardápio é o valor nutricional deles. 

“Esses animais são capazes de oferecer para o ser humano nutrientes de alta qualidade, destacando proteínas, sais minerais, vitaminas e lipídios, além de serem fontes de fibras alimentares”.

Ela, que atualmente é chef do quadro “Cardápio Surpresa” do programa da Eliana, no SBT, com pratos exóticos,  diz que os insetos são capazes de funcionar como suplemento alimentar para seres humanos.

Com isso, a professora Vanessa Alves Ferreira, do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da UFMG, acredita que a criação desses animais será uma alternativa para enfrentar os desafios alimentares atuais e futuros.

Além dos benefícios nutricionais, a professora Érica Aguiar Moraes, do Departamento de Educação Integrada em Saúde da Ufes, destaca que as fazendas de insetos, ou biofábricas, conseguem fornecer proteínas de uma maneira mais eficiente e em espaços menores  do que as fazendas tradicionais.

“Sabemos que produzir carnes hoje, que é nossa principal fonte de proteína, não é sustentável. A produção de insetos para o consumo humano no Brasil é ainda bem restrita. Eles são cultivados dentro de caixas plásticas, em um ambiente controlado, que são as chamadas de minifazendas”.

Saiba mais

Entomofagia

- É a forma como é chamado o consumo de insetos por seres humanos. A entomofagia é praticada em muitos países ao redor do mundo, predominantemente em partes da Ásia, África e América Latina.

- Também pode ser chamada de antropoentomofagia, que é a junção de três palavras gregas: anthropos (ser humano), entomon (inseto) e phagein (comer).

- De acordo com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), estima-se que os insetos vão fazer parte do cardápio de pessoas em todo mundo no futuro e que cerca de 2 mil espécies já foram usadas como alimento.

- Hoje, os grupos de insetos mais consumidos são besouros, lagartas,  abelhas, vespas, formigas, gafanhotos,  grilos, cigarras, folhas e cigarrinhas, escamas  insetos e insetos verdadeiros, cupins, libélulas e moscas.

Entomologia

- É a ciência responsável pelo estudo das características físicas, comportamentais e reprodutivas dos insetos. Estuda também as relações dos insetos com outros seres, entre eles o ser humano.

Fonte: Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), pesquisa AT e especialistas consultados.

Novos Alimentos

Barata 

- A barata-de-madagascar (Gromphardorhina  portentosa) é um inseto classificado como comestível, sendo uma das maiores espécies de barata. Seu tamanho pode atingir até 9 cm quando adulta, e ela pode viver até três anos em cativeiro. Muitos descrevem leve gosto de amêndoas. Hoje é principalmente usada para farinha de insetos para alimentação animal.

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|  Foto: Divulgação

Tenebrio molitor

- Também conhecido como larva-da-farinha, é rico em proteínas (aproximadamente 50%), ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais. Pode ser transformado em farinha ou pasta para a alimentação. Em outros mercados pode ser servido fervido, refogado, assado ou frito. Relatos dizem que seu sabor é semelhante ao camarão ou nozes.

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|  Foto: Divulgação

Tanajura

- Também conhecida como Içá, essa formiga não é totalmente desconhecida do paladar do brasileiro. Era um alimento muito apreciado pelos índios que habitavam o Vale do Paraíba e por isso são conhecidas como “o caviar brasileiro”, isso porque a parte comestível é a barriga, cheia de ovos. O inseto possui 20% de proteínas, 28% de lipídios,  além de  cálcio e vitaminas.

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|  Foto: Divulgação

Grilos

- As espécies Gryllodes sigillatus e Acheta domesticus são algumas das mais consumidas no mundo. É comum serem consumidos como farinha em complementos de panificações, por exemplo. Contêm 5 vezes mais poder antioxidante do que o suco de laranja natural — considerado uma das principais fontes de vitamina C. Muitos descreveram com sabor parecido com nozes.

Larvas de mosca soldado-negra 

- As moscas conseguem transformar qualquer tipo de resíduo orgânico em proteína de alta qualidade. Outra vantagem é que o ciclo de reprodução é de 20 dias, então é possível produzir rapidamente. Geralmente, é usada para alimentar animais, mas já se mostra como alternativa na alimentação humana.

Cochonilha

- O inseto é uma espécie de pulgão  e é um dos  mais consumidos no mundo, pois é usado pela indústria para fazer o corante carmim com o  processamento industrial. Está presente em iogurtes, sobremesas, balas, bebidas e  biscoitos recheados. É  extraído das fêmeas e dos ovos de cochonilha (Dactylopius coccus Costa) e o ácido carmínico é uma forma de defesa.

Besouro 

- São os insetos mais consumidos no mundo. Existem muitos tipos de besouros comestíveis, incluindo aquáticos, larvas de madeira, e escaravelhos (larvas e adultos). O mais popular é o gorgulho-da-palmeira (Rhynchophorus ferrugineus). Na Europa,  é  vendido um  hambúrguer à base de soja e larvas do besouro Alphitobius diaperinus, conhecido no Brasil como cascudinho.

Cupim  

- As espécies de cupins mais consumidas são as grandes espécies de Macrotermes. Os Syntermes são os maiores cupins consumidos na Amazônia. Eles são reunidos em uma nervura de folha de palmeira nas galerias do ninho. Em outras partes do mundo são consumidos também como salgadinhos, depois de serem fritos e secos ao sol.

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|  Foto: Divulgação

Gafanhotos

- Apelidados de “chapulines”, eles são uma iguaria popular no México, mas também são bastante consumidos na África e Tailândia. Tem sabor semelhante ao camarão e  deve ser cozido. 

- São considerados fáceis de colher, pois vivem em enxames. Oito espécies de gafanhotos  são consideradas aptas para o consumo.

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|  Foto: Divulgação

Borboletas e lagartas 

- Borboletas e mariposas são tipicamente consumidas durante seus estágios larvais (ou seja, como lagartas), mas borboletas e mariposas adultas também são comidas. A lagarta mopane (Imbrasia belina) é a mais popular e economicamente importante consumida no continente africano. Na Ásia, a lagarta do bambu (Omphisa fuscidentalis) também é popular.

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|  Foto: Divulgação

Insetos

São uma classe de animais dentro do grupo dos artrópodes que possuem um exoesqueleto, um corpo de três partes (cabeça, tórax e abdômen), três pares de pernas articuladas, olhos compostos e duas antenas.

Nutrição

Os insetos são uma fonte de alimento altamente nutritiva e saudável com alto teor de gordura, proteína, vitamina, fibra e conteúdo mineral. Por exemplo, a composição de ômega 3 insaturado e seis gorduras em larvas-de-farinha é comparável ao de peixes e maior do que em bovinos e suínos.

- 2 mil tipos de insetos foram catalogados como comestíveis

- 60%  é o que o ser humano consegue absorver de proteína da farinha de insetos.

- 48 horas é o tempo que os insetos costumam ficar em jejum antes do abate para o consumo humano.

- 66% de proteínas tem o grilo e sua farinha pode substituir 70% da farinha de um bolo.

BRASIL

Um total de 135 espécies de insetos comestíveis são encontradas no País. Os mais consumidos são formigas, com 63% do total, seguidas  de besouros, com 16%, e gafanhotos e grilos, com 7%. Besouros geralmente têm gosto de amendoim. Já a formiga saúva tem um feromônio que se assemelha ao gosto de uma erva fresca, como o capim-santo.

- 1,5kg é a quantidade de insetos que um adulto come por ano sem saber. A Anvisa permite traços de insetos nos alimentos em quantidades seguras.

- 2kg de alimentos são convertidos em um quilo de massa corporal pelos gafanhotos.

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