Luta para que teatro não vire armazém
A Prefeitura de Vitória vai constituir um grupo de trabalho junto à sociedade cultural e lideranças empresariais para impedir que o Teatro Carmélia se transforme em depósito do material guardado nos galpões do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em Jardim da Penha.
A propriedade está entre as que serão vendidas pelo governo federal e, com isso, o plano é armazenar os grãos no centro cultural.
Segundo o prefeito Luciano Rezende, o setor jurídico do Executivo municipal já está analisando os trâmites necessários para um diálogo com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) a fim de reverter a situação: “Nós queremos conversar com a SPU. O superintendente Márcio Furtado tem sido um parceiro da prefeitura, e precisamos contar com ele para que defenda Vitória neste momento.”
O prefeito disse que a ideia de transformar o teatro em espaço de armazenamento é caricata.
“Não concordo de forma alguma. Essa decisão viaja para trás no tempo 50 anos, no mínimo. A cidade de Vitória hoje é uma cidade voltada para atividades humanas e tecnológicas. Cidade inteligente que envolve cultura, esporte e lazer. E a nossa ideia para aquela área ali é bastante diferente.”
O prefeito informou que amanhã mesmo começam os diálogos.
“A partir de segunda-feira (amanhã), eu vou utilizar todos os instrumentos para o diálogo com a SPU, e para a discussão com a cidade, para que possa incentivar ali o turismo, a cultura, o lazer e as atividades humanas. E mantendo o teatro. Sempre lembrando o seguinte: o nosso projeto ali é manter o teatro, com as escolas de samba ao redor.”
Área para escolas de samba
A proposta da Prefeitura de Vitória é que grupos culturais, em especial a comunidade do samba, possam continuar a desenvolver atividades na área. Mas, para isso, é necessária a manutenção do Teatro Carmélia, impedindo que ele vire um depósito de grãos.
O prefeito Luciano Rezende destacou que as escolas de samba presentes na região próxima ao Centro Cultural Carmélia criam emprego e renda para milhares de moradores, além de contribuírem para estabilizar as relações nas comunidades da capital.
“Elas têm uma importância muito grande. E sentem falta de um espaço para poder construir suas alegorias. Vamos inicialmente abrir um diálogo com o SPU, e estamos confiantes que é o melhor caminho. Essa é a nossa preocupação, a mesma coisa em relação a outros espaços nobres da cidade.”
Comentários