Depois de levar Chico Science ao Marco Zero, Recife terá show de drones no céu

A experiência inédita no principal palco da maior festa de rua do Brasil utilizou inúmeros caminhos técnicos e tecnológicos modernos, como a holografia, para trazer Chico Science ao palco do Marco Zero |  Foto: Deborah Ferré

Um show de drones que vai surpreender os foliões no Carnaval do Recife 2024 nesta sexta-feira, em homenagem ao Dia do Frevo. Os símbolos do Maior Carnaval em Linha também poderão ser vistos no céu do Marco Zero, no Bairro do Recife.

O espetáculo, que vai ganhar as alturas, contará com 350 drones, formando uma sequência de 7 imagens, a 120 metros de altura e percorrendo até 200 metros lineares no céu. O show terá 10 minutos de duração.

A sequência de luzes e cores vai invadir o espaço aéreo do Marco Zero. A homenagem está prevista para acontecer no fim da noite, durante o intervalo dos shows no principal polo carnavalesco da cidade.

Os drones irão complementar o cenário da festa com mensagens e imagens em celebração à folia de momo, numa fusão de tecnologia e tradição, onde o céu se transforma em um grande bloco carnavalesco nas alturas.

“No maior Carnaval em linha reta estamos reeditando uma experiência bastante exitosa, que tivemos nas festas natalinas. Numa data tão especial como é o 9 de fevereiro, quando se comemora o Dia do Frevo, não podíamos deixar de render mais essa homenagem a esse ritmo que é uma das principais marcas do carnaval recifense e de todo o estado”, destacou o secretário de Turismo e Lazer do Recife, Antonio Coelho.

A TV Tribuna PE/Band (canal 4) vai cobrir a festa ao vivo, todas as noites. Novidades e programações também podem ser acompanhadas pelo Portal da Tribuna Online PE.

A tecnologia será aliada do maior carnaval em linha reta do planeta |  Foto: Divulgação

A tecnologia tem sido uma aliada do maior carnaval em linha reta do mundo, aos olhos dos pernambucanos. Nesta quinta-feira (8), a emoção tomou conta do Marco Zero com Chico Science "presente".

Após 30 anos de lançamento do álbum Da Lama ao Caos, primeira obra de Chico Science e Nação Zumbi, a memória viva do artista catalisador do Movimento Manguebeat apareceu no coração da cidade, no Marco Zero.

A experiência inédita no principal palco da maior festa de rua do Brasil utilizou inúmeros caminhos técnicos e tecnológicos modernos, como a holografia. A iniciativa foi fruto de uma parceria entre a Prefeitura do Recife e a cerveja Devassa.

Estreia do Carnaval do Recife também contou com a presença de André Rio e de Marron Brasileiro. |  Foto: Deborah Ferré

Levar Chico Science ao palco do Marco Zero, vinte e sete anos após sua morte, envolveu diversas etapas e desafios. Por se tratar de um evento musical, a voz foi o ponto de partida.

Foram necessárias semanas de pesquisa até encontrar arquivos de áudio que servissem para a reconstrução da voz do cantor, por meio de uma inteligência artificial, atendendo aos parâmetros de temperatura e interação com o público típicas de um “ao vivo”.

A captação em vídeo foi uma das etapas mais delicadas: construir o rosto de Chico Science a partir de fotos de arquivo, através da realidade virtual. A recriação foi aplicada digitalmente ao corpo do ator.

A abertura do carnaval do Recife também foi permeada pelo simbolismo da cerimônia Ubuntu, trovoada do Tumaraca e Olodum. |  Foto: Deborah Ferré

As imagens foram projetadas por equipamentos de ponta e de altíssima resolução em uma tela bastante fina posicionada no palco. Através da ilusão de ótica provocada pelas luzes, esta tela fica imperceptível, destacando apenas o personagem central. Tornando tudo ainda mais real, a banda responsável pela construção do arranjo toca ao vivo, acompanhando a holografia.

A homenagem completa, intitulada Recife Cidade do Mangue, contou com Louise e participação de Céu, Isadora Melo, Ylana, Jorge du Peixe, Maciel Salu, Toca Ogan e Nailson Vieira.

Festa de abertura do Carnaval 2024 do Recife também foi marcada pela forte presença feminina |  Foto: Deborah Ferré

Em 2024, a revolução musical provocada por Chico Science encontrou par no salto tecnológico próprio dos nossos tempos. Ao fim, o resultado foi o encontro do Mangueboy mais amado do Recife com o público presente no Marco Zero.

"Recife e Chico meio que se tornaram uma coisa só. A gente fala de um e o outro vem automaticamente na cabeça", explica Bruno Santos, 38 anos. "Tivemos muita sorte de ter um revolucionário musical aqui tão perto de nós. Acompanhar essa homenagem alivia um pouco uma saudade que a gente nunca supera, só aprende a conviver."