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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Oportunidade para revisitar as origens capixabas

Coluna foi publicada nesta quarta-feira (24)

Patrícia Merlo | 24/04/2024, 11:44 11:44 h | Atualizado em 24/04/2024, 11:44

Imagem ilustrativa da imagem Oportunidade para revisitar as origens capixabas
Patrícia Merlo é doutora em História e professora da UFES |  Foto: Divulgação

Em 2024, celebram-se os 150 anos da imigração italiana para o Brasil, sendo o estado do Espírito Santo considerado o marco inicial desse processo. De fato, ao longo do século 19 e nas primeiras décadas do século 20, vivenciamos um grandioso processo imigratório. Diversos povos, sobretudo europeus, se deslocaram em busca de melhores condições de vida. Em particular, destacam-se os italianos, que vieram em maior número.

Contudo, é importante destacar que o processo de imigração para a Terra Brasilis teve início com a conquista territorial pelos portugueses no século 16. Com eles, africanos escravizados também chegaram, a despeito de seu desejo. Aqui viviam amiúde povos indígenas de inúmeras etnias, donos originais desse território. Foi das tensões, disputas, intercâmbios e trocas entre esses diferentes grupos que nasceu a composição inicial da gente que construiu o Espírito Santo.

Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil e a abertura dos portos às nações amigas, em 1808, outros grupos chegaram. No Estado, em 1813, algumas famílias açorianas se estabeleceram e constituíram o núcleo populacional de Santo Agostinho, que deu origem à Viana. Alguns anos mais tarde, em 1829, o governo provincial concedeu licença para a vinda de colonos alemães, que aqui receberiam ajuda para se instalarem. A primeira colônia alemã organizada data de 1847, formada por diversos grupos oriundos da atual Alemanha e instalados na região das montanhas capixabas, inicialmente em Santa Izabel. Depois, chegaram prussianos, belgas, austríacos, suíços, luxemburgueses, holandeses e pomeranos, acomodados em colônias às margens do Rio Santa Maria da Vitória. Na segunda metade do século 19, até chineses e norte-americanos se estabeleceram pelo interior.

Foi a partir de 1874 que recebemos o maior contingente: os italianos. Desembarcaram levas expressivas de imigrantes no porto de Vitória, direcionados ao interior, subsidiando as lavouras, criando novos núcleos populacionais e promovendo crescimento, apesar das dificuldades enfrentadas.

O Estado está entre as regiões onde a imigração teve maior impacto. Aliás, a vinda de outros grupos foi constante até após a Segunda Guerra. Merece destaque os sírio-libaneses, os gregos, os japoneses, os poloneses entre outros. Sem dúvida, os diversos grupos que aqui se estabeleceram e seus descendentes são parte da transformação da realidade brasileira e capixaba, colaborando com o processo de desenvolvimento econômico e sociocultural.

Como é possível perceber, o capixaba é o resultado da bricolagem de diversas influências. Não é possível pensar em uma origem única, mas sim em diferentes camadas que se sobrepuseram por meio de trocas, adaptações, conflitos e rearranjos. Esse processo ímpar, foi marcado tanto pela dimensão coletiva, quanto pelos itinerários individuais. A sociedade atual, multicultural, continua em processo de modificação incluindo novos agentes e influências que continuarão a moldar quem somos e quem desejamos ser.

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