Especialistas apontam os maiores medos das crianças e como ajudá-las

| 06/07/2020, 19:15 19:15 h | Atualizado em 06/07/2020, 19:46

Desde bebês já carregamos conosco muitos medos. Ao longo dos anos, a gente passa a ter medo de escuro, de monstros, de ficarmos sozinhos e até mesmo da morte.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-07/372x236/maiores-medos-das-criancas-e-como-ajuda-las-425c14c033b98e4bf8b7814ec3cf30c4/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-07%2Fmaiores-medos-das-criancas-e-como-ajuda-las-425c14c033b98e4bf8b7814ec3cf30c4.jpeg%3Fxid%3D130681&xid=130681 600w, Medo de ficar sozinho: temor geralmente atinge crianças com idade entre 4 e 7 anos
Embora sejam inevitáveis, há maneiras de lidar com eles e ajudar as crianças a enfrentá-los de maneira mais leve e sem traumas.

De acordo com a psicóloga e psicanalista Bianca Martins, o medo é um sentimento que nos mantém vivos a longo prazo.

“O bebê tem medo de não ter quem cuide dele, por isso chora quando precisa de ajuda. Mas é destemido para outras situações que não conhece. Ao longo dos anos, os pais vão ensinando e as crianças passam a ter medo de altura e da onda do mar, por exemplo. Assim vão conhecendo os seus limites”, disse ela, destacando que os pais podem ajudar as crianças a enfrentarem o medo através do diálogo e do respeito.

Já a psicóloga Patrícia Dummer afirmou que o medo é uma reação normal. Toda criança sente medo, porém cada uma reage de forma diferente. “Alguns medos infantis são comuns e até mesmo esperados em determinada faixa etária. Por exemplo, medo de escuro e de ficar sozinho pode aparecer por volta dos três anos”.

E continuou: “O importante é sempre acolher os sentimentos da criança. Quando ela diz que tem medo de algo, não devemos forçá-la a ter contato, mas tentar mostrar que o que lhe causa temor não representa perigo”.

A psicóloga cognitiva comportamental Aline Hessel salientou que o medo tem seu lado positivo, mas, quando em exagero, pode restringir ou impedir nossa autonomia.


SAIBA MAIS


Até 6 meses

  • Medo de barulhos muito altos.

Como ajudar
Evitar que a criança fique exposta a sons altos e até mesmo a um ambiente em que muitas pessoas estejam conversando.

De 7 a 11 meses

  • Medo de pessoas estranhas e de altura.

Como ajudar

  • Mostrar para a criança que, se a pessoa for conhecida, que ela não representa perigo, mas não forçar aproximação.

De 1 a 3 anos

  • Medo de que os pais desapareçam.
  • Medo de médico, trovões, objetos muito grandes e criaturas imaginárias.
  • Medo de escuro e de dormir sozinho.
  • Medo de monstros, do lobo mau, medo de criaturas fantasmagóricas ou mascaradas, de ruídos ou animais noturnos.

Como ajudar

  • Dizer que os pais sempre estarão ao lado das crianças, que médico só vai ajudar e que o lobo mau não existe. Colocar luminárias de luz baixa e temas infantis no quarto pode ajudar.

De 4 a 7 anos

  • Medo de palhaços e outras pessoas fantasiadas, escuro, insetos, monstros e de ficar sozinho.
  • Medos mais concretos, como de ladrões, de cachorro, de perder os pais ou de se machucar.
  • Medo dos pais se divorciarem, de ser esquecido na escola, de personagens assustadores ou de se perder.

Como ajudar

  • Diferenciar o que é bom do que é ruim. Há coisas que realmente dão medo e isso mantém as crianças longe do perigo.

A partir de 8 anos

  • Medo da própria morte e da perda/morte dos pais. Além do medo da rejeição social.
  • Podem, ainda, ocorrer medos que estejam relacionados a experiências traumáticas vividas pela criança. Por exemplo, ao ser mordida por um cão, a criança pode passar a ter medo deste animal.
  • Esse medo envolve um manejo específico, pois está ligado a uma situação de realidade e não a questões fantasiosas.

Como ajudar

  • O diálogo é fundamental. Os pais ou responsáveis devem conversar com as crianças sobre os seus medos e sempre respeitá-los.
  • Jamais debochar e usar o medo da criança como chantagem e “moeda de troca”.
  • Explicar sobre o que é a morte de maneira leve e natural.

Fontes: Especialistas citadas e pesquisa AT.

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