Com serviço restrito nas unidades, pais pagam vacina particular para recém-nascida

| 27/03/2020, 18:15 18:15 h | Atualizado em 27/03/2020, 18:17

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-01/372x236/vacinacao-dd8628823a783eee84554821f85554c2/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-01%2Fvacinacao-dd8628823a783eee84554821f85554c2.jpg%3Fxid%3D115104&xid=115104 600w, Criança recebendo vacina
A pandemia de coronavírus tem complicado a vida de todas as pessoas no planeta, inclusive aquelas que acabaram de nascer. É o caso da pequena Giovanna, que nasceu no último dia 20, em uma maternidade de Cariacica.

Por conta do isolamento social, unidades de saúde de diferentes cidades restringiram alguns serviços, como a sala de vacinas. Com isso, recém-nascidos, como Giovanna, estão impossibilitados de receber vacinas que deveriam ser aplicadas já nos primeiros dias de vida.

A situação revoltou a mãe de Giovanna, Thaismara Martins de Melo, de 24 anos. Moradora de Nova Brasília, em Cariacica, ela procurou a unidade de saúde mais próxima e não conseguiu aplicar as vacinas de Vitamina A e BCG. Já a vacina contra a Hepatite B teve que ser feita em uma clínica particular, proteção de R$ 55 paga pela família.

“Do dia em que ela nasceu até ontem (quinta), ela não tinha tomado nenhuma vacina. A gente correu atrás. Eu não pensei duas vezes. Não ia deixar minha filha sem vacina e ficar esperando posto de saúde ou ordem do Estado. Eu e meu marido corremos em uma clínica particular e tivemos que pagar para vaciná-la. Achei um absurdo ser liberada do hospital sem dar pelo menos uma vacina. Ela estava correndo o risco de ter outras doenças”, afirmou.

Thaismara se preocupou ainda mais ao ver que, no Cartão da Criança, dado ainda na maternidade, há informações de que apontam a necessidade de vacinar o recém-nascido o quanto antes. “Agora eu estou um pouco mais aliviada, mesmo sabendo que falta a BCG. Eu só penso que deveriam ter transferido a vacinação das unidades para as maternidades”, analisou.

De acordo com a pediatra Samira Zouain da Rocha, a preocupação da mãe é importante. No entanto, diante do momento atual, o fundamental é evitar o contato e preservar o isolamento social. “A BCG e a vacina contra Hepatite B são fundamentais. No caso da hepatite, pode ser feita até 30 dias após nascer. Já a BCG, que deveria ter sido feita no hospital, também pode aguardar alguns dias”, explicou.

Municípios seguem orientação nacional

Em Cariacica – cidade de Thaismara, a orientação da Secretaria Municipal de Saúde está sendo a de seguir a determinação do Ministério da Saúde: até 16 de abril, quando a segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começa, os pais não devem levar as crianças aos postos de saúde para fazer a vacinação de rotina.

“O motivo desse pedido é para não coincidir com a primeira fase da campanha e, também, evitar aglomeração nesses locais. A orientação, portanto, é que a população aguarde a conclusão desta fase para que possa voltar às Unidades de Saúde para se vacinar”, explicou a prefeitura, em nota.

A mesma orientação foi dada pelas Prefeituras de Serra e Vila Velha.

A exceção do município canela-verde é a vacina contra Hepatite B, que está sendo aplicada normalmente no Centro de Referencia em IST, que fica no prédio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), no Centro. Já a unidade de saúde de Coqueiral de Itaparica está aplicando somente as vacinas Antirrábica, para acidentes com mordedura ou arranhadura de animais, e Antitetânica, para acidentes com risco de tétano.
 

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