Reverenda será o 'braço-direito' de Regina Duarte na Cultura

| 23/01/2020, 16:20 16:20 h | Atualizado em 23/01/2020, 16:27

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-01/372x236/regina-duarte-e-jair-bolsonaro-7bbe08fbae15d5cedb108ca435337e01/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-01%2Fregina-duarte-e-jair-bolsonaro-7bbe08fbae15d5cedb108ca435337e01.jpg%3Fxid%3D105563&xid=105563 600w, Bolsonaro afirmou que a nomeação da atriz Regina Duarte para o comando da Secretaria da Cultura deve ser formalizada na semana que vem

Mesmo sem ter confirmado a sua entrada no governo Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte escolheu nesta quinta-feira, 23, como "número 2" da Secretaria Especial de Cultura a reverenda Jane Silva, atual secretária de Diversidade Cultural da pasta.

Jane ocupará o cargo de secretária-adjunta da Cultura "até que haja uma definição sobre a nomeação de Regina Duarte". A informação foi confirmada nesta quinta, 23, pela Secretaria Especial de Cultura. Segundo a pasta, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), participou da escolha.

Como adjunta, a reverenda atuará automaticamente como chefe interina da Cultura, já que o cargo de secretário da pasta está vago desde a última sexta-feira, 17, quando o dramaturgo Roberto Alvim foi demitido por parafrasear discurso do nazista Joseph Goebbels.

O cineasta Josias Teófilo disse na quarta-feira, 22, ao jornal O Estado de S. Paulo ter sido sondado ao cargo de secretário-adjunto da Cultura. "Não tem nada certo ainda. Regina está sendo consultada, vai responder ainda", afirmou. Ele ficou conhecido pelo seu primeiro filme, O Jardim das Aflições, sobre o guru bolsonarista Olavo de Carvalho, do qual Josias tornou-se amigo pessoal.

A vaga de "número 2" da Cultura ficou em aberto nesta quarta-feira (22), quando José Paulo Soares Martins foi exonerado do cargo de secretário-adjunto. Para a reportagem, ele disse que não sabe o motivo de sua saída. A exoneração foi publicada hoje.

No último dia 14, um e-mail sobre "objetivos" para 2020, enviado "em nome" do ex-secretário-adjunto a chefes da Secretaria de Cultura e a órgãos vinculados, como a Agência Nacional de Cinema (Ancine), endossava o discurso de "guerra cultura" defendido por Alvim.

A mensagem, divulgada pelo The Intercept, a qual o jornal O Estado de S. Paulo também teve acesso, afirma que a cultura no Brasil deveria ser norteada em "princípios e valores da nossa civilização" e "profunda ligação com Deus". O mesmo texto cita ainda "luta contra o que degenera".

O texto causou constrangimento dentro do governo e foi considerado "fora do tom" por gestores da cultura ouvidos pela reportagem. Martins afirmou à reportagem "que apenas reproduzia as orientações do então secretário da Cultura (Alvim)".

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