Pelo menos 10 cotados para disputar governo

| 22/06/2021, 21:31 21:31 h | Atualizado em 23/06/2021, 12:24

Faltando pouco mais de um ano para a eleição de outubro de 2022 — que elegerá o presidente da República, o governador do Espírito Santo, os 10 deputados federais e um senador para a bancada capixaba no Congresso, além dos 30 deputados estaduais —, pelo menos 10 nomes são cotados para a disputa do Palácio Anchieta, segundo partidos, lideranças e políticos.

A começar pelo próprio governador Renato Casagrande, que garante não estar pensando ainda no assunto, mas o seu partido, o PSB, já dá como certa a pré-candidatura dele à reeleição.
“Com certeza ele disputará a reeleição”, garante Alberto Gavini, presidente da sigla no Estado.

Outro que afirma estar certo como pré-candidato ao governo é o ex-deputado federal Carlos Manato (sem partido), que já concorreu à vaga em 2018. Ele ficou na segunda colocação atrás de Casagrande. Os dois poderão reeditar o embate de três anos atrás.

“Minha pré-candidatura está mantidíssima junto com o presidente Jair Bolsonaro. O meu partido será o mesmo que o presidente for”, conta Manato.

Mas, no momento, quem vem protagonizando uma queda de braço com o governo do socialista é o presidente da Assembleia Erick Musso (Republicanos).

Apesar de sua assessoria não confirmar o interesse em tentar ser governador, o deputado tem encabeçado alguns movimentos que podem indicar o contrário.

Ele iniciou diálogo com lideranças políticas de cidades do interior para debater o pós-pandemia; e recentemente se posicionou à favor da abertura total do comércio, no momento em que o governo havia decretado mais restrições no Estado por conta da pandemia.

Erick, por rede social, deu ainda uma espécie de ultimato, com data marcada (domingo passado), para o governo explicar a compra de álcool gel sob investigação da Polícia Federal. Porém, o palácio, com sua base aliada, minou por goleada a tentativa dele junto a outros oposicionistas de convocar o secretário de Saúde para explicações.

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Análise

"Quadro nacional vai ter peso no estadual”

O desenho do quadro nacional terá peso significativo no quadro estadual. Poderá ter dois extremos com Lula e Bolsonaro, como a fragmentação de muitas candidaturas por conta da dificuldade de união do centro.

Poderemos ter aqui também uma polarização mais à esquerda com outra mais à direita, podendo ser entre Casagrande e Manato ou Casagrande e o grupo de Erick Musso, Amaro Neto e Lorenzo Pazolini, ou também uma fragmentação em várias candidaturas no 1º turno e polarização no 2º. Está em aberto.

Tem o fator Paulo Hartung também. O Luciano Huck que contava com seu apoio não vai se candidatar mais a presidente e o ex-governador estaria no fio da navalha: ou continuará só interferindo nas sombras aqui no Estado ou participando com candidatura. A própria articulação do grupo do Erick seria uma movimentação dele.

O certo é que vamos assistir até bem próximo da eleição, o que é próprio do processo político, a dubiedade das pessoas, jogando em várias direções. Por isso é cedo, a única coisa que podemos adiantar é que já temos dois campos polarizados.”

Roberto Simões, especialista em políticas públicas e analista político


Renato Casagrande
PSB
O atual governador é cotado para disputar a reeleição em 2022, mas garante não estar falando sobre o assunto agora.
O presidente estadual do PSB, Alberto Gavini, porém, disse que Casagrande concorrerá sim.
O nome do socialista chegou a ser soprado também como possível candidato à Presidência.


Erick Musso
Republicanos
Sua assessoria não confirma, mas o mercado político diz que o presidente da Assembleia teria a intenção de se candidatar ao governo.
Alguns movimentos indicariam isso, como o diálogo com lideranças do interior e posicionamento pela abertura total do comércio quando o governo determinou restrições.


Carlos Manato
Sem partido
Segundo colocado na eleição para o governo do Estado, em 2018, o ex-deputado federal disse que sua pré-candidatura ao Palácio Anchieta em 2022, está “confirmadíssima”.
Manato afirma que concorrerá ao pleito pela legenda que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), escolher para disputar a sua reeleição ao Palácio do Planalto.
 


Amaro Neto
Republicanos
Do mesmo partido de Erick, o deputado federal mais votado no Estado, em 2018, teria deixado a disputa pela prefeitura da Serra, em 2020, para ser candidato a governador no ano que vem.
A assessoria de imprensa de Amaro, porém, diz que não existe nenhuma definição a respeito de candidatura em 2022.


Fabiano Contarato
Rede
O senador declarou que vai para outro partido e seu destino será uma sigla do campo progressista, da esquerda.
Nos bastidores falam que essa legenda será o PT, onde ele teria sinal verde para ser candidato ao governo, em sintonia com a candidatura de Lula para a Presidência.


Guerino Zanon
MDB
Hartunguista, o prefeito de Linhares disse em entrevista recente ser mais do que aliado do ex-governador: é um admirador.
Ele tem sido lembrado como possível candidato ao governo, mas contou naquela ocasião que tudo é no seu tempo e que o momento não permite gastar energia com processo eleitoral.


Sergio Majeski
PSB
O deputado estadual mais votado em 2018 diz não ter nada decidido quanto à candidatura.
Ele não deverá ficar no PSB, conta estar conversando com outros partidos e diz que todas as possibilidades serão avaliadas, inclusive, disputar o governo.
Isso, segundo ele, se houver boa articulação com pessoas que ele considera comprometidas com a nova política.


Cesar Colnago
PSDB
O vice-governador do último mandato de Paulo Hartung (2015-2018) esteve com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que o convidou para ser candidato ao governo capixaba.
Doria confirmou que é pré-candidato a presidente da República e quer garantir palanque tucano no Estado.


Audifax Barcelos
Rede
O ex-prefeito da Serra estaria conversando com Paulo Hartung para disputar o governo. No final de 2018, durante ordem de serviço em Nova Almeida, Hartung disse que veria o “menino” Audifax governando o Estado.
A assessoria de Audifax não confirmou a intenção.


Ricardo Ferraço
DEM
O nome do ex-senador tem sido ventilado para concorrer ao Palácio Anchieta 12 anos depois de ter sido preterido em 2010.
Na época, vice-governador de Paulo Hartung, Ricardo disputaria a sucessão, mas foi trocado por Casagrande, que era aliado do governador, hoje desafeto. O DEM não confirmou o desejo.

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