MBD apoia o governador Casagrande
Simone Tebet disse que partido apoia reeleição de Casagrande e, em contrapartida, Rose será a candidata do governo ao Senado
A pré-candidata à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MDB), afirmou que o partido irá apoiar a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB) e que um acordo para que o governador apoie a pré-candidatura de reeleição da senadora Rose de Freitas (MDB) já estaria “selado”.
“O apoio de Casagrande a Rose de Freitas já está selado. Quem quer apoio tem de estar disposto a dar apoio. Ao ter apoio do MDB de Rose de Freitas, automaticamente irá apoiá-la. É uma estrada de duas vias. Os palanques regionais precisam ser respeitados, e com Casagrande tendo apoio nosso, ele irá apoiar Rose de Freitas” declarou.
A fala ocorreu durante evento de pré-campanha de Tebet em Vitória, que contou com a presença de membros locais do MDB, do PSDB e do Cidadania. Os dois últimos formam uma federação que apoia, nacionalmente, o MDB.
Rose de Freitas porém, preferiu ser mais cautelosa: disse que aguarda o governador declarar seu apoio a ela publicamente e que ficará “muito feliz” se (ou quando) isso acontecer.
“Ouvi do Casagrande que ele tem essa vontade. Mas falta a vontade pública, declarada, que cabe a ele fazer e não eu. Seria a primeira vez que o Executivo me apoiaria em uma campanha majoritária. Gostaria de ter. Ficarei muito feliz quando ele vier a público e declarar apoio a mim”, afirmou.
“Até porque não gosto de candidatura avulsa, sou contra. Você tem um time, você torce por ele, tem um lado. E eu não sou 'meio-Casagrande'. Eu poderia apoiar ex-prefeitos, como o Guerino e o Audifax, por exemplo. Mas estou no projeto do governador por acreditar que o Estado precisa disso. Se eu não sou meio-Casagrande, ele não será meio-Rose, não é mesmo?”, completou.
Entre os políticos que prestigiaram o evento, destacam-se os nomes do ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB), da ex-deputada Luzia Toledo (Republicanos) e dos presidentes estaduais do PSDB e do Cidadania, os deputados Vandinho Leite e Fabrício Gandini.
Após a cerimônia, Simone Tebet almoçou com lideranças políticas e, durante a tarde, se reuniu com o governador no Palácio Anchieta para tomar um café e, segundo publicação de Casagrande no Twitter, reafirmou o apoio à reeleição do socialista.
Tebet faz apelo a eleitorado feminino e quer ser terceira via
A senadora e pré-candidata ao governo federal Simone Tebet (MDB) fez, durante evento em Vitória, apelo ao eleitorado feminino, criticou a polarização política e se colocou como alternativa ao ex-presidente Lula (PT) e ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que também são pré-candidatos.
Primeiro, ela destacou seu jingle “Ela sim, eles não” em referência aos concorrentes, afirmando que a polarização é prejudicial para a população.
“A questão não é direita e esquerda, é olhar para o norte e apresentar solução para os reais problemas do País. Erradicar a miséria, diminuir a pobreza, a desigualdade social. Garantir a transferência de renda porque há milhões passando fome, possibilitar educação de qualidade”, declarou a senadora.
A pré-candidata destacou que, além de ser uma representante do centro, também representa as mulheres, que são maioria da população brasileira.
“É a voz feminina que precisa ser representada. Aqui no Espírito Santo, a senadora Rose de Freitas (MDB) é uma das poucas com condições de fazer esse papel. Não podemos diminuir o número da bancada, de mulheres falando sobre o que nós mulheres precisamos e queremos para nossas vidas. Queremos mais mulheres na política”.
Durante seu discurso, mencionou várias vezes a questão da pobreza no Brasil, mas não abordou possíveis planos de seu governo para solucionar a questão. Ela chegou a dizer que as propostas estão sendo construídas “a muitas mãos”.
Segundo a pré-candidata, a partir do momento que o País tiver um governo equilibrado e com boas relações com a iniciativa privada, atrairá investimentos e reduzirá o custo de vida da população.
“O prato do brasileiro não é mais o arroz com feijão. É o arroz ou feijão. Aliás, arroz quebrado, não tendo nem gás para cozinhar. Tudo é em dólar. Se tem estabilidade, um governo estável, controla o câmbio e, com dólar mais barato, tudo cai. Cai o preço do combustível, do gás de cozinha, da energia. A comida chegará mais barata na mesa do trabalhador”.
Mais viável é o posto de vice na chapa, diz Gandini
O presidente estadual do Cidadania, Fabrício Gandini, declarou que a federação entre seu partido e o PSDB irá focar em ter um candidato a vice em chapa do governo.
A fala foi feita minutos antes da pré-candidata ao governo Simone Tebet (MDB) afirmar que Rose de Freitas será a candidata ao Senado da chapa de reeleição do governador Renato Casagrande (MDB).
Gandini não confirmou oficialmente que a federação irá apoiar Casagrande, explicando que o grupo ainda conversa com vários pré-candidatos. Mas admitiu que a articulação da federação não será para disputar o Senado, e que o nome do ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB) está em alta internamente.
“A composição para vice tem mais sentido para nós, é mais viável até pelos nomes que estão sendo colocados. E sim, o Ferraço é um dos nomes, foi colocado há algum tempo e vemos de forma positiva”.
Gandini ainda aproveitou para elogiar Rose, classificando-a como “o melhor nome para o Senado”, mas declarando que apesar disso, a federação PSDB/Cidadania poderá ficar em chapa diferente dela.
“A gente pode ficar em chapa diferente da Rose. Estamos juntos nacionalmente, mas regionalmente, não há essa obrigatoriedade”.
A presença do PT como aliado de Casagrande, porém, é algo que incomoda a federação PSDB/Cidadania, segundo Gandini.
“Se estiver na coligação ok, mas se compor a majoritária… Não sei se seria impeditivo, mas é preciso ter coerência. Nós também temos candidata ao governo federal, e precisamos garantir palanque”.
PT não incomoda, diz Rose
O anúncio de apoio do PT ao governador Renato Casagrande (PSB) para sua reeleição mexeu com partidos aliados do governador, como o PSDB e o Cidadania, que questionam como será a participação dos petistas e de uma eventual falta de palanque à Tebet.
Mas para a senadora Rose de Freitas (MDB), não há problema algum nem localmente nem nacionalmente.
“É democrático. Se hoje o governador conversa com o PT, que tem um candidato ao governo federal, é porque ele saberá reduzir as dúvidas locais sobre essa aliança. O PT não é algo que nos incomoda”.
A presença do PT como aliado de Casagrande coloca mais um partido como candidato a uma vaga na chapa de reeleição do governador.
Além dos petistas e do MDB, desejam o posição de vice ou senador da chapa PP, Podemos e a federação PSDB/Cidadania.
O PT, porém, não está garantido na chapa do governador. Segundo membros do próprio partido, a tendência é que a sigla lance uma candidatura avulsa ao Senado, sem integrar a chapa de Casagrande.
O apoio à reeleição do socialista se daria, desta forma, em troca de palanque regional para a candidatura do ex-presidente Lula ao governo federal.
Membros do PT como o ex-deputado Perly Cipriano confirmam que a prioridade do partido nacionalmente é garantir palanques regionais ao ex-presidente.