Polícia conclui que não houve crime no caso da modelo incendiada na Serra

| 14/08/2020, 18:50 18:50 h | Atualizado em 14/08/2020, 20:42

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-08/372x236/videos-mostram-briga-e-agressoes-entre-modelo-e-namorada-minutos-antes-do-incendio-5f91351fd15bcaa7f21ccb45af8b3d85/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-08%2Fvideos-mostram-briga-e-agressoes-entre-modelo-e-namorada-minutos-antes-do-incendio-5f91351fd15bcaa7f21ccb45af8b3d85.jpeg%3Fxid%3D137132&xid=137132 600w, Katiuscia acena para câmera

A Polícia Civil concluiu que não houve crime no caso da modelo Katiuscia Silva, de 31 anos, que teve o corpo incendiado, noite da última segunda-feira (10), em um condomínio no bairro São Diogo, na Serra. 

Em coletiva de imprensa, realizada na tarde desta sexta-feira (14), a delegada Raffaella Aguiar, titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa Mulher (DHPM) e responsável pelo caso da modelo, explicou que após uma simples constatação, ficou claro que não teria como a namorada ter ateado fogo em Katiuscia.

"A gente foi ao condomínio e pegou as imagens. É bem claro que não tinha a menor possibilidade de que a namorada tivesse incendiado a modelo, porque quando ela apareceu em chamas, a namorada estava do outro lado do vidro e já estava lá há um bom tempo. É nítido que elas tinham um relacionamento conturbado, mas o fato é que o caso que seria apurado como um crime não ocorreu", afirmou a delegada.

Ainda segundo Raffaela Aguiar, a Polícia achou melhor instaurar um procedimento para esclarecer o que tinha acontecido, após a mãe de Katiúscia afirmar que não acreditava que a filha teria coragem de atear fogo em si mesma e "imputar a conduta à namorada, na mídia". 

Detalhes do caso

Mesmo tendo sido descartado como um crime, a delegada, explicou como o caso teria acontecido. Segundo a Raffaella Aguiar, Katiuscia passou o dia discutindo com a namorada e por ter um "temperamento agressivo", na tentativa de chantagear a parceira, a modelo teria dispensado álcool, que era utilizado pela namorada para fazer perfume, no corpo e na casa.

“Em seguida, ela olhou para o isqueiro, foi quando, segundo a parceira dela, falou: você não tá pensando em atear fogo na gente? Nisso, ela (namorada), pegou o isqueiro e tentou arremessar pela janela, mas o objeto bateu na grade e retornou, foi quando ela pegou e jogou na geladeira”

Em seguida, ao perceber que a modelo ia conseguir pegar o isqueiro embaixo da geladeira, Maria Vitória saiu do apartamento e apareceu nas imagens de videomonitoramento. Neste momento, já com o isqueiro, do lado de fora, a modelo tentou ameaçar que colocaria fogo no corpo e acidentalmente acabou pegando fogo.

“Pelo que relatou a namorada, a vítima não teve o intuito de suicídio, ela estava apenas tentando chantagear e como ela fez muito próximo e estava coberta com uma substância inflamável, a evaporação fez com que ela entrasse em chamas”, disse.

A Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa Mulher entrou com um pedido para o caso ser arquivado.

Relembre o caso

O episódio do incêndio aconteceu na noite da última segunda-feira (10), dentro do apartamento, em um condomínio no bairro São Diogo, na Serra. A modelo morava com a companheira, uma autônoma de 21 anos, que pediu não ter a identidade revelada.

À mãe de Katiuscia, a companheira relatou que a modelo teria colocado fogo em seu próprio corpo, após passar o dia discutindo com ela. Testemunhas também confirmam essa versão.

Uma câmera de segurança do prédio registrou, às 18h59, o momento em que a vítima surge com o corpo em chamas, tentando sair do prédio em busca de ajuda. Enquanto isso, do lado de fora, a companheira da vítima entra em desespero e tenta abrir a porta, mas não consegue. A vítima tira a blusa, mas os cabelos e o short continuam pegando fogo.

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