Guerra por drogas instalada no Estado, diz secretário

| 30/09/2020, 13:39 13:39 h | Atualizado em 30/09/2020, 13:51

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-09/372x236/ilha-dr-americo-de-oliveira-em-santo-antonio-fa4fe1751d0580de6aa5c99d0a6e79ed/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-09%2Filha-dr-americo-de-oliveira-em-santo-antonio-fa4fe1751d0580de6aa5c99d0a6e79ed.jpeg%3Fxid%3D143727&xid=143727 600w, Ilha Dr. Américo de Oliveira, em Santo Antônio, onde 4 jovens foram mortos

Tiroteios, disputas e mortes. Afinal, o que há por trás dessa violência? A resposta está atrelada à guerra instalada no Estado pelo controle do tráfico de drogas.

É o que afirma o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, informação compartilhada por outros policiais que também estão na linha de frente desse enfrentamento.

“É uma guerra juvenil. São jovens de 15 a 28 anos, com formação escolar muito baixa ou quase nenhuma, formação familiar zero, religiosa nem se fala, e única perspectiva de vida é dentro do tráfico, se rivalizando o tempo todo, seja por mensagens na rede social, de áudio, com fotos, com o intuito de querer tomar os pontos”.

Ramalho preferiu não mencionar quantidade e as denominações das gangues, pois, segundo ele, isso impulsiona mais ainda a sensação de poder desses criminosos.

O secretário destacou que, mesmo com as brechas na lei para que esses criminosos continuem ostentando armas de fogo, atuando no tráfico de entorpecentes, a polícia não descansa. “Vamos para cima desses criminosos, assim como temos feito”, avisou Ramalho.

Sobre a chacina ocorrida na última segunda-feira, que resultou na morte de Yuri Carlos de Souza, de 23 anos, Pablo Ricardo Lima da Silva, 21, Wesley Rodrigues Souza, 29, e Victor da Silva Alves, 19 anos, o secretário disse que as investigações iniciais apontam que eles não fazem parte dessa guerra.

Tanto é que antes da execução – ocorrida na Ilha Doutor Américo de Oliveira, na região de Santo Antônio, em Vitória –, os bandidos filmaram as vítimas e mandaram para a chefia do tráfico, em Cariacica, na intenção de confirmar se o grupo era o alvo do ataque. Mesmo não sendo, segundo a polícia, os atiradores não queriam “perder a viagem” e acabaram disparando.

“Quando eles filmam esses jovens antes de serem executados, eles mostram crueldade, covardia e beira à psicopatia”, diz Ramalho.

Entretanto, os atiradores, segundo as investigações, são traficantes do Morro do Quiabo, em Cariacica. Em guerra com a facção criminosa de Santo Antônio, eles resolveram dar o ataque no local.

Sobre a chacina, o delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vitória, Marcelo Cavalcanti, disse: “A princípio, nós estamos trabalhando com a guerra de tráfico. Pessoas inocentes foram covardemente assassinadas.”

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