Guarda municipal atira em cachorro e revolta donos do animal em Vila Velha

| 09/12/2020, 20:30 20:30 h | Atualizado em 09/12/2020, 20:31

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-12/372x236/guarda-atira-em-cachorro-533b355e93e06ddf9dd7a528c2da1388/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-12%2Fguarda-atira-em-cachorro-533b355e93e06ddf9dd7a528c2da1388.jpeg%3Fxid%3D153754&xid=153754 600w, Momento em que o agente dispara o tiro contra o cachorro

Um agente da Guarda Municipal de Vila Velha atirou na pata de um cachorro para tentar separar uma do animal com outro cão. O caso aconteceu na noite de segunda-feira (7), no bairro Jaburuna, em Vila Velha, e deixou revoltada a família tutora do animal baleado.

O cachorro chamado Jubileu é cuidado pela família de uma autônoma, de 27 anos. Ela relatou que o animal fica no quintal da casa, que é cercado por cabo de aço para que ele não fuja. Apenas durante a noite o cachorro é solto no quintal para vigiar a casa.

“Segunda-feira, quando meu irmão foi levar o lixo para a rua, minha avó já tinha soltado o cachorro e meu irmão, achando que ele ainda estava preso, abriu o portão e ele fugiu. Meu irmão voltou correndo para dentro de casa para avisar que o cachorro tinha fugido para a rua e pedido ao meu avô ou minha mãe ir buscar ele. Minha mãe foi buscar a coleira e quando ela estava saindo ouviu disparo do tiro”, disse a autônoma.

Com medo, a família demorou um pouco em sair de casa, já que não sabia o que estava ocorrendo na rua. Ao saírem no portão, encontraram Jubileu ferido. O tiro disparado pelo agente da Guarda Municipal atingiu a pata direita traseira do animal, segundo a autônoma.

Segundo ela, a reação do irmão foi pegar o animal no colo para socorrê-lo. O rapaz entrou na viatura com os agentes que o deixaram com o cachorro em uma clínica veterinária. A autônoma explica que também foi para a clínica e ligou para a Guarda Municipal para saber como iriam resolver a situação e foi informada que uma equipe ia ao local. Após um tempo de espera, os irmãos descobriram que os profissionais da segurança estavam na delegacia registrando a ocorrência e foram até lá também para fazer o registro.

“Na delegacia, falaram que não iriam perder o tempo dos policias para registrar um fato que já havia sido registrado”, revelou a autônoma.
Ela também se queixou da forma como os guardas lideram com a situação. “Já que eles foram acionados, como diz a ocorrência, acho que eles deveriam ir preparados para separar a briga com arma de choque.

Achei a atitude dele totalmente errada e a forma como ele agiu é crime. Se eles queriam ajudar o cachorro branco, tinham que ter levado ele também para a clínica para ser analisado, mas deixaram ele embora”, disse ela.

Procurada a Guarda Municipal de Vila Velha informou, em nota, que uma equipe da Guarda Municipal ao passar na rua Jerônimo Monteiro, foi abordada por moradores, pois um cão da raça, aparentemente, pitbull estava agredindo violentamente outro cão de raça indefinida.

Segundo a guarda, um homem tentou sem sucesso separá-los por meio de pauladas e nenhum responsável pelo cão havia se apresentado desde a chegada da viatura. “Considerando que a equipe não dispunha de gás de pimenta, tonfa, spark (arma elétrica) e nenhum outro meio apto para conter o cão sem expor a integridade da equipe e salvar o cão, o agente efetuou apenas um disparo na pata direita traseira do cão, visando garantir a segurança de todos”, informou a guarda.

A autônoma, no entanto, afirma que o cachorro não tentou atacar nenhuma pessoa.

Já a Polícia Civil informou que para apurar os questionamentos feitos pela reportagem sobre o motivo de não aceitarem o registro da ocorrência por parte dos tutores do animal depende do expediente administrativo do cartório das Delegacias Regionais, "onde temos acesso às ocorrências de plantões finalizados, que encerra às 16h". 

Animal passou por cirurgia

A autônoma contou que Jubileu passou por cirurgia na manhã desta quarta, mas está fraco e a veterinária que cuida dele não deu garantias se ele vai sobreviver. Além da questão médica, ela ainda destaca o lado financeiro, já que a despesa por conta da operação e demais procedimentos envolvidos no socorro giram em torno de R$ 2 mil.

“Meu avô e minha avó recebem um auxílio do governo num valor baixo. Sou autônoma e não posso trabalhar agora porque estou com duas crianças pequenas em casa . Só meu marido trabalha”, relatou.

Em nota, a Guarda Municipal de Vila Velha informou que os animas são de responsabilidade dos seus donos e todos os danos por eles causados, são de responsabilidade do proprietário. “A equipe, solucionou a situação e ocorrência, prestou socorro ao cachorro e realizou a confecção do boletim de ocorrência, conforme procedimento”.
 

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