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Herói da Força Nacional: médico pernambucano lidera resgate em tragédia no Sul

De forma pioneira no Brasil, Leonardo Gomes comandou primeira equipe de aeromédicos do SUS

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Aline Moura
17/05/2024 - 17:16 • Atualizada em 17/05/2024 às 18:53

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Para o coordenador da equipe de aeromédicos (à direita), a tragédia tem proporções bíblicas |  Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

“Essa é a maior catástrofe dos tempos modernos do país”. A frase é do médico pernambucano Leonardo Gomes, integrante da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), que atuou prestando socorro em 11 tragédias no País, mas nada comparada a que ocorreu no Rio Grande do Sul.

Aos 45 anos, Leonardo desembarcou na madrugada desta sexta-feira (17), no Aeroporto do Recife, depois de coordenar a primeira turma de profissionais de resgate aeromédicos do Brasil, atuando no Rio Grande do Sul durante 13 dias.

Leonardo passou pouco mais de 10 dias na missão multitarefa, onde era preciso fazer resgates aéreos de pessoas, de animais e até equipamentos. Ao mesmo tempo, ele também teve que levar mantimentos, água, roupa e medicação. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou, até hoje, 154 mortes.

“10 dias em lugares com este cenário de guerra equivalem a 30”, disse ele, explicando ter sido orientado a voltar para o Recife por 10 dias, para descansar e se, for necessário, retornar. Outra equipe já chegou ao Rio Grande do Sul.

A equipe coordenada por Leonardo tinha 38 profissionais, entre médicos e enfermeiros, sendo quatro deles do Samu da capital (Sônia Marques, Wagner Monteiro, Lisandra Rodrigues e José Rocha).

“Na verdade, essa é a primeira turma de profissionais aeromédicos da Força. Então, o Recife conseguiu, na minha representação, essa coordenação no Brasil pela primeira vez. Essa foi a 11ª tragédia que eu participei. Eu já tinha uma certa experiência em eventos como esse, por isso que eu fui chamado para esse papel”, declarou.

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Parte da tragédia que atingiu 446 municípios gaúchos foi causada pela ação do homem, que construiu em locais onde não deveria construir |  Foto: Secom/Rio Grande do Sul

Leonardo contou em entrevista ao Tribuna Online, Portal da TV Tribuna PE, que acompanhou, por exemplo, enchentes na Mata Sul em 2010, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e na Região Serrana do Rio de Janeiro. Nada como o que viu no estado sulista.

“A gente acabou fazendo ajuda também em botes salva-vidas, buscou pessoas, animais, equipamentos. Muita rede hospitalar foi prejudicada. Vi locais que ficaram sem nenhum hospital, sem nenhuma UPA, sem nenhuma policlínica, porque estava tudo embaixo d'água”, contou.

O nosso papel era multimissão. Foi assim que a gente chamou. Então, fazia-se além do que é ser médico, além do que é ser enfermeiro. Foi uma ajuda humanitária. Então foi algo que tocou muito o grupo. Daí, para mim é especial, coordenar essa ação, porque a gente viu uma coisa séria acontecendo e pôde fazer algo”.

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O desastre climático resultou em 154 mortes, conforme o boletim mais recente divulgado pela Defesa Civil do Estado |  Foto: Adriano Machado/Reuters

A reportagem indagou se a maioria das casas devastadas era de madeira, como parece ser nas imagens exibidas na televisão. Segundo o médico, muitas casas de madeira foram arrastadas nas enchentes, mas também telhados.

Para o coordenador da Força-Tarefa, a catástrofe parecia ter proporções bíblicas e era viva, porque, enquanto uma cidade estava já devastada, outra estava começando a ser alagada.

“Tinha cidade já arrasada, tinha cidade com chuva intensa, tinha cidade que estava recebendo aquele volume de água do rio que choveu na cabeceira. As fases se dobravam, se duplicavam e se multiplicavam ao mesmo tempo”.

De acordo com o médico, a cheia de lá difere, por exemplo, do que ocorreu na Mata Sul em 2010.

“Lá, não está dando tempo de reconstruir, porque, quando começa a reconstruir, a água do rio sobe, evacua a cidade, evacua lugares que eram abrigamento. Então, um evento dessa magnitude e com essas variáveis, não existe precedente histórico do Brasil”, destacou.

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Porto Alegre é área de várzea, de confluência de rios na beira do Lago Guaíba |  Foto: Rafa Neddemeyer/Agência Brasil

Indagado sobre o que mais lhe chocou, o médico respondeu que foi o momento em que ele chegou no Rio Grande do Sul e foi fazer o socorro de um homem que tinha sofrido um infarto:

“Eu não entendia o tanto de carro que estava parado numa rodovia lá em Canoas (cidade do RS). Então, o comandante da aeronave falou para mim que as pessoas estavam usando os carros como abrigo. Tinha um cidadão com uma esposa, o filho, o cachorro e o carro. A vida dele virou aquilo. Eles tinham uma casa, o que comer e onde dormir, mas, naquela hora, o carro era o bem deles. E assim, tinha dezenas de carros como aquele, parados um atrás do outro, pernoitando e acordando na fila".

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As doações de mercadorias ao Rio Grande do Sul serão dispensadas de documentos fiscais para o transporte até o fim de junho |  Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

O médico falou que a população do Rio Grande do Sul ainda vai enfrentar muita dificuldade para recomeçar, mas a ajuda humanitária tem sido decisiva.

“O que nós estamos fazendo contra a natureza ao longo de tantos anos, ela está começando a cobrar o preço dela. O que me dá esperança é que tenho visto uma rede de solidariedade no Brasil absurda. Então, a esperança é ver que tem gente muito boa ajudando, de todos os estados do Brasil. Tem gente fazendo campanha, gente juntando mantimento, enviando dinheiro. Essa rede de solidariedade é uma grande forma de ajudar”.

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