General americano pede desculpas por foto ao lado de Trump

| 12/06/2020, 11:28 11:28 h | Atualizado em 12/06/2020, 11:42

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/general-forcas-armadas-estados-unidos-470719b3ffc1059ac4370c954f76c1aa/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fgeneral-forcas-armadas-estados-unidos-470719b3ffc1059ac4370c954f76c1aa.jpeg%3Fxid%3D126779&xid=126779 600w, Fardado, o general Milley acompanha Trump e comitiva em caminhada até um templo religioso, no dia 2 de junho

O chefe do Estado Maior dos EUA, o general Mark Milley, pediu desculpas ontem por ter participado da caminhada do presidente Donald Trump para posar para uma foto em frente à igreja de St. John, próxima à Casa Branca, em Washington.

Para que Trump pudesse caminhar pela rua até chegar ao templo – que havia sido parcialmente atingido por um incêndio criminoso e pichado na noite anterior – a polícia dispersou, com gás lacrimogêneo e balas de borracha, uma multidão que participava de um protesto contra o racismo e a violência policial na área, no dia 2 de junho.

No local, Trump posou para fotógrafos com uma Bíblia na mão, em frente às janelas da igreja cobertas por tapumes. A atitude foi severamente criticada por adversários políticos e autoridades eclesiásticas. “Eu não deveria ter estado lá”, disse Milley, em um discurso em vídeo que gravou para exibição no início do ano letivo na Universidade Nacional de Defesa.

“Minha presença naquele momento e ambiente criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna. Como oficial da ativa uniformizado, foi um erro com o qual aprendi”, disse.

Milley também expressou sua indignação com “o assassinato sem sentido e brutal de George Floyd” e pediu aos oficiais militares a reconhecê-lo como um reflexo de séculos de injustiça em relação aos afro-americanos.

Ele também reiterou sua oposição às sugestões de Trump de que forças federais sejam destacadas para reprimir protestos no país.

Segundo o jornal New York Times, amigos de Milley disseram que nos últimos dias ele estava angustiado por ter aparecido — trajando o uniforme de combate que usa para trabalhar — ao lado de Trump na caminhada até a igreja.

O general disse aos amigos que acreditava estar indo com Trump e sua comitiva para passar em revista as tropas da Guarda Nacional que estavam na área.

As declarações do general representam mais um episódio em meio às crescentes discordâncias entre Trump e oficiais de alta patente das Forças Armadas dos EUA.

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