Cometa gigante é descoberto por acaso

Cosmólogo brasileiro descobriu e deu nome ao corpo celeste de 150 km de diâmetro, o maior já descoberto no Sistema Solar

Jornal A Tribuna | 15/10/2021, 18:45 18:45 h | Atualizado em 15/10/2021, 18:46

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/100000/372x236/inline_00104894_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F100000%2Finline_00104894_00.jpg%3Fxid%3D226500&xid=226500 600w, cometa Bernardinelli-Bernstein em comparação a outros corpos celestes, como Enceladus, 6ª maior lua de Saturno
 

O que era para ser uma pesquisa de sua tese de doutorado sobre objetos distantes que orbitam o Sol se transformou na descoberta do maior cometa provavelmente já identificado, com diâmetro estimado em 150 km – cerca de 2,5 vezes o tamanho do detentor do último recorde. 

Um dos responsáveis foi o cosmólogo brasileiro Pedro Bernardinelli, de 27 anos, cujo sobrenome batizou o novo corpo celeste. E foi tudo “por acaso”.

Integrante do projeto Dark Energy Survey (DES), iniciativa que reúne estudantes de universidades de oito países – incluindo o Brasil – para observar a distribuição de galáxias no Universo, Bernardinelli buscava extrair objetos do Sistema Solar localizados além de Netuno. 

O cientista e seu orientador Gary Bernstein, no entanto, se depararam com o cometa em meio às milhares de imagens analisadas. Embora já registrado em 2014, somente agora o corpo celeste pôde ser de fato identificado.

“Estava buscando objetos que orbitam o Sol além de Netuno, porque eles são muito interessantes para entender a formação do Sistema Solar. Nessa brincadeira, a gente achou esse cometa, mas não estávamos procurando cometas. Foi um negócio meio que por acaso. Ele estava nos nossos dados e calhou nos nossos limites de detecção”, disse Bernardinelli. 

A notícia de que o cometa vinha em direção à Terra agitou as redes sociais na última semana. Apesar de estar se aproximando, não há motivo para preocupação. 

O corpo celeste foi visto inicialmente a uma distância de 29 unidades astronômicas (UA) do Sol, praticamente a mesma de Netuno. 

O mais próximo que ele vai chegar da estrela central será em 2031, quando estará a 11 UAs, um pouco além da órbita de Saturno. 

Isso equivale a cerca de 1,5 bilhão de quilômetros e significa que “não vai bater na Terra e ninguém vai morrer por causa disso”, nas palavras de Bernardinelli.

Até agora, o que se sabe é que esta não é a primeira passagem do cometa pelo Sistema Solar, mas sim a mais próxima do Sol. 

Há aproximadamente 3,5 milhões de anos, o corpo celeste chegou a uma distância estimada de 18 UAs para o Sol, mais ou menos a posição de Urano.

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