Brasileira descobre 25 asteroides

Um dos corpos celestes pode se chocar com a Terra. Estudante de Medicina na USP de Ribeirão Preto ganhou prêmio da Nasa

Jornal A Tribuna | 14/01/2022, 14:25 14:25 h | Atualizado em 14/01/2022, 14:25

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/100000/372x236/inline_00109730_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F100000%2Finline_00109730_00.jpg%3Fxid%3D284263&xid=284263 600w, Verena Paccola afirma ser apaixonada por astronomia desde pequena
 

A estudante brasileira Verena Paccola, de 22 anos, foi premiada ao descobrir 25 asteroides após participar de um projeto da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.

Um dos corpos, segundo ela, pode se chocar com a Terra. É o chamado asteroide fraco, que se movimenta na órbita de forma mais devagar. O tamanho dele e a possível data de colisão, no entanto, ainda estão em estudo nos Estados Unidos.

Verena conta que, em 2020, durante a pandemia de Covid-19, estudava para o vestibular da medicina em casa, em Indaiatuba (SP), mas queria uma atividade alternativa para distrair a cabeça diante da pressão para entrar na faculdade.

Cansada do conteúdo do Ensino Médio, decidiu se inscrever no treinamento da Nasa que havia visto na internet.

“Me passaram o cadastro para o software de caçar asteroides. Eles começaram a me passar pacotes de imagens tiradas de um telescópio que fica no Havaí para eu analisar. Esse programa dá para achar vários corpos celestes, várias coisas no espaço, mas o que eu aprendi a detectar era asteroide mesmo”, explicou.

O software lançava imagens em sequência para ela. As estrelas, por exemplo, ficavam estáticas. Já os asteroides, moviam-se.

“Então, se eu via alguma coisa se movendo, eu fazia uma análise numérica daquele objeto e via se poderia ser um asteroide ou não. Isso gerava um relatório no próprio software, que era enviado para a Universidade de Harvard, que é o centro mundial que analisa esse tipo de coisa, e eles enviavam para a Nasa para ver se era mesmo um asteroide ou não”.

Nos relatórios dela, os números batiam com a margem do que poderiam ser asteroides. Depois, a Nasa confirmou que a estudante havia descoberto ao menos 25 corpos, sendo que um deles era considerado de grande importância para a agência espacial americana.

Por conta da descoberta há dois anos, foi premiada em Brasília em dezembro de 2021. Ela recebeu um troféu do coordenador do programa "Caça Asteroides", da Nasa, e do ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações.

“Nunca imaginei uma coisa dessas acontecendo na minha vida. Mesmo quando eu estava fazendo o treinamento, quando eu estava procurando, a gente nunca acha que vai dar certo assim do jeito que deu, ainda mais com esse asteroide importante. É muito mais do que eu imaginava", contou.

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