Boris obtém vitória ampla no Reino Unido e tem caminho livre para o brexit

| 13/12/2019, 16:50 16:50 h | Atualizado em 16/12/2019, 08:24

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Faça-se o brexit! Foi essa a mensagem que os britânicos deram na eleição desta quinta-feira (12) ao garantir ao primeiro-ministro Boris Johnson a maioria das cadeiras do Parlamento. Às 5h30 (horário do Brasil), com a apuração concluída em 649 distritos, o Partido Conservador, do qual Boris é líder, conquistara 364 cadeiras, mais que as 326 necessárias para aprovar suas políticas.

Os trabalhistas, que garantiram 203 assentos, ficaram com a sua menor bancada desde quando conquistaram apenas 154 cadeiras em 1935.

Com o resultado, o primeiro-ministro Boris Johnson continuará à frente do governo e deve aprovar com facilidade o divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia até 31 de janeiro, como prometeu.
Boris falou sobre a vitória logo após às 7h (horário de Londres), dizendo que o brexit era "irrefutável, irresistível, uma decisão indiscutível do povo britânico". Acrescentou que os eleitores de regiões trabalhistas que deram seus votos aos conservadores não seriam decepcionados.

O presidente dos EUA, Donald Trump, congratulou Boris, afirmando que o Reino Unido e os EUA "agora estarão livres para firmar um maciço novo acordo comercial após o brexit. Este acordo pode ser muito maior e mais lucrativo do que qualquer acordo que possa ser feito com a União Europeia", escreveu o republicano em uma rede social.

Jair Bolsonaro também parabenizou Boris em uma rede social, chamando o resultado das eleições de "grande vitória" e afirmando que "Brasil e Reino Unido compartilham o apreço à auto-determinação e à soberania".

Considerada catastrófica, a derrota do Partido Trabalhista, liderado por Jeremy Corbyn, se deu principalmente em distritos do centro e do norte da Inglaterra, cidades de tradição industrial que eram território trabalhista, mas majoritariamente favoráveis ao brexit.

Um dos distritos que está sendo apontado como símbolo da virada no centro-norte inglês é Workington, que teve um representante trabalhista em 97 dos últimos 100 anos.

Desta vez, o candidato conservador venceu por uma diferença de 4.000 votos. "Workington man" é o apelido dado pela imprensa ao tipo de eleitor que Boris tentava conquistar nessa eleição: homens brancos mais velhos, da classe trabalhadora e a favor do brexit.

O partido de Boris também venceu no distrito leste de West Bromwich, onde os trabalhistas jamais haviam perdido. A conquista era chamada de "escalpo dos escalpos" pela mídia conservadora.

​Em entrevista na madrugada, o primeiro-ministro disse que o resultado demonstra legitimidade para que ele avance na retirada do Reino Unido da União Europeia.

Já o principal derrotado, o líder trabalhista Jeremy Corbyn, afirmou que não voltará a liderar seu partido em outras eleições, mas deve continuar no posto até que a agremiação discuta os rumos futuros. Na sexta, Corbyn afirmou que isto deve acontecer no começo de 2020, e que ele se afastará da liderança logo em seguida.

COMO FICARÁ O PARLAMENTO

- 364 deputados formarão a maior bancada conservadora na Câmara dos Comuns desde 1987, no governo de Margaret Thatcher;
- 66 vagas a mais do que têm hoje;
- 203 deputados vão compor a bancada trabalhista na Câmara dos Comuns, no pior resultado para a legenda desde 1935;
- 42 vagas a menos do que têm hoje;
- 48 dos 59 assentos em jogo na Escócia serão ocupados pela sigla local SNP.

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