Julgamento de Gabigol traz xingamentos e contradições

Expectativa é que uma resposta ao pedido de efeito suspensivo saia até o fim deste mês

Alexandre Araujo e Igor Siqueira, da Agência Folhapress | 24/04/2024, 19:43 19:43 h | Atualizado em 24/04/2024, 19:43

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/170000/372x236/Julgamento-de-Gabigol-traz-xingamentos-e-contradic0017804500202404241943/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F170000%2FJulgamento-de-Gabigol-traz-xingamentos-e-contradic0017804500202404241943.jpg%3Fxid%3D789531&xid=789531 600w, A punição de Gabigol, no papel, é de dois anos

O acórdão do julgamento que puniu Gabigol por tentativa de fraude em exame antidoping traz mais detalhes sobre o comportamento do atacante do Flamengo com os oficiais de controle. Mas alguns votos a favor do jogador apontam contradições dos responsáveis pelo exame durante o processo. O jogador foi suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD/AD) com um placar apertado (5 a 4) e está proibido de jogar até abril de 2025.

O documento foi publicado pelo TJD/AD, sem citar o nome de Gabigiol, porque, em tese, há sigilo. Mas a ligação com o caso é inquestionável e mostra os votos dos auditores durante o julgamento aconteceu no dia 25 do mês passado.

Na parte do comportamento do atacante do Flamengo, o auditor Vinicius Marrone citou em um dos tópicos uma pergunta de Gabigol.

"O Oficial de Controle de Dopagem buscou formas de visualizar a coleta, momento em que o atleta proferiu as seguintes palavras: 'Po***, você quer ver meu p**?', diz trecho do voto de Marrone.

Pelas regras do controle de doping, os oficiais de controle, de fato, precisam ver a genitália dos atletas para verificar se a urina sai mesmo do corpo do jogador.

A descrição sobre a atitude de Gabigol aponta ainda que ele, "em seguida, atirou o recipiente, vazio, sobre a pia, deixando o banheiro e se dirigindo à estação de coleta. Nesse momento, o atleta mandou todos "se f...".

Por outro lado, um dos votos a favor de Gabigol foram de Selma Rocha, vice-presidente do tribunal. Segundo ela, houve depoimentos com contradições. Ela apontou "comportamento malicioso dos fiscais".

Para a auditora, os depoimentos dos oficiais de controle "tiram toda a credibilidade que teriam naquele momento". Por eles "ora afirmam que foram impedidos de escoltar o atleta, ora negam este fato".

A punição de Gabigol, no papel, é de dois anos. Mas ela passa a contar a partir do dia do exame (8 de abril de 2023). Assim, o jogador fica livre em abril de 2025.

O conteúdo do acórdão, divulgado inicialmente pelo GE, é importante porque é a partir dele que a defesa do jogador faz o recurso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), na Suíça. A expectativa é que uma resposta ao pedido de efeito suspensivo saia até o fim deste mês.

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