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“Mundo perfeito das redes sociais deixa jovens doentes”, alerta psicóloga

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01/12/2020 - 11:17

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Imagem ilustrativa da imagem “Mundo perfeito das redes sociais deixa jovens doentes”, alerta psicóloga
A psicóloga Amanda Trancoso disse que jovens e adolescentes querem tentar moldar o corpo para serem aceitos |  Foto: Paulo Gabriel/divulgação

Uma suavizada das olheiras, uma correção de pele, medidas a menos na cintura e pronto: pode compartilhar!

Nas redes sociais, a aparência editada e a seleção de fotos refletem um mundo perfeito. A realidade, no entanto, não tem filtros e vivê-la se torna mais difícil.

A psicóloga Amanda Trancoso, pós-graduada em Saúde Mental, chama atenção para essa idealização, que tem afetado a vida de muitas pessoas, principalmente dos mais jovens.

“Esse 'mundo perfeito' das redes sociais está deixando jovens doentes. As pessoas se baseiam nas mídias e acabam adoecendo, porque elas se cobram para ter uma vida e corpos perfeitos”, afirma.

Amanda Trancoso, que também é psicóloga do primeiro grupo de apoio em Transtornos Alimentares do Espírito Santo, destaca que cada vez é mais frequente o jovem querer se sentir aceito na sociedade, nem que para isso precise moldar seu corpo.

A Tribuna – Ver a rede social como um mundo perfeito tem sido cada vez mais frequente entre os jovens?

Amanda Trancoso – Acontece em todas as idades. Porém, os jovens estão mais ligados às redes sociais. Os adolescentes, principalmente, buscam ser inclusos em grupos e serem aceitos. A questão da aparência para os jovens acaba os levando a querer tentar moldar o corpo para serem aceitos.

O que essa preocupação com a “perfeição da rede social” tem causado?

Percebemos nas pessoas baixa autoestima, autocrítica e não aceitação, levando-as a fazer o possível e impossível para tentarem ser algo que não condiz com elas, tanto em questão de aparência e até ao fato de buscarem dietas restritivas.

A ciência já comprovou que dietas restritivas não funcionam, elas, na verdade, fazem mal.

Principalmente com a pandemia, em que as pessoas ficaram mais em casa, elas passaram a comer mais. Mas, às vezes, é um comer emocional e não que elas estão com algum problema patológico. Há quem diga até que está com compulsão alimentar, mas isso não é, necessariamente, um transtorno alimentar.

As pessoas passaram a ficar mais preocupadas com corpo, já que algumas acabaram ganhando peso na pandemia e, muitas vezes, querem passar por procedimentos estéticos e cirurgias. As redes sociais vêm incentivando muito a busca por alcançar um corpo, aparência e vida perfeita, o que não existe.

Quais são os perigos visíveis que as redes sociais trazem para os jovens?

As redes sociais têm benefícios e malefícios. Os benefícios são que elas aproximam as pessoas, de certa forma. É também uma maneira de a gente obter informações e se atualizar.

Mas, essa ideia de que está todo mundo feliz o tempo inteiro, de que todo mundo é magro e bonito, ainda mais com os filtros que existem hoje no Instagram, as pessoas acabam acreditando que uma vida e corpo perfeito existem, como algo real e não idealizado, e sofrem por não conseguir alcançar isso, e fazem coisas prejudiciais com o próprio corpo.

É possível usar a rede social sem que ela tenha um impacto nocivo?

Sim. Uma maneira interessante e bem saudável, até uma forma de autocuidado, é fazer o “unfollow” (deixar de seguir) terapêutico. Que é deixar de seguir contas e perfis das redes sociais que te prejudicam, que te causam algum impacto, como gerar ansiedade ou te fazem se sentir mal com sua aparência ou próprio corpo.

Como identificar que quem estou seguindo nas redes sociais não me faz bem?

Um termômetro é observar se as postagens desse perfil trazem sofrimento frequente. Se a pessoa percebe que, muitas vezes, ela entra nas redes sociais e há perfis que geram culpa por ela ou o corpo ser de um jeito, acho que é válido repensar se vale seguir esses perfis.

Gosto de recomendar para meus pacientes, principalmente, as mulheres o “unfollow” terapêutico que têm transtornos alimentares, porque elas têm uma alta cobrança com o corpo, de serem magras a qualquer custo, a ponto de deixarem de comer.

E as redes sociais acabam sendo um fator de risco para que algumas pessoas desenvolvam transtornos alimentares. Elas acabam trazendo uma cobrança, tanto para quem tem transtorno alimentares quanto para quem tem uma predisposição genética.

As redes podem ser facilitadores, não é um fator único, para que jovens e adolescentes desenvolvam, por exemplo, uma depressão ou transtorno de ansiedade. É um fator de risco para algum transtorno mental.

Os filtros são usados com frequência nas redes. Há um limite para esse uso?

As pessoas querem ser bonitas, porque acreditam que serão aceitas. A questão é nos aceitarmos, independente de filtros de redes sociais.
É importante que as pessoas aprendam a gostar da sua própria imagem e aparência, porque cada um tem sua beleza. Não existe um padrão de beleza único, apesar de que culturalmente há traços que são considerados mais bonitos. É aceitar a própria beleza.

É possível dizer por que os perfis fitness atraem cada vez mais seguidores?

Acredito que esses perfis acabam passando a ideia de uma vida perfeita e feliz, de um corpo bonito, culturalmente. Porque sabemos que hoje em dia, principalmente as mulheres, acham que para ser bonita têm de ser magra.

O que as redes sociais têm mais tirado da juventude?

Se a pessoa não tem uma consciência do tanto de tempo que está mexendo nas redes sociais, ela acaba perdendo muito tempo e há vários prejuízos. Por exemplo, ficar muito no celular antes de dormir prejudica o sono, pode gerar insônia.

Precisamos saber administrar a quantidade de tempo que usamos as redes sociais. Desde que consigamos fazer essa administração e usemos com sabedoria, não acredito que tenha problema.

Como os pais podem identificar quando a rede social não está fazendo bem aos filhos?

É observar o tempo que os filhos passam nas redes sociais. Tentar ter mais diálogo, para poder avaliar como está a autoestima dos filhos, porque, muitas vezes, eles se comparam com a vida, aparentemente, perfeita que eles veem nas redes sociais. Se os pais perceberem que a questão da aparência está provocando sofrimento, é válido procurar ajuda profissional.


QUEM É AMANDA TRANCOSO


  • Psicóloga, com pós-graduações em Saúde Mental com ênfase em Dependência Química, Saúde Pública e Clínica pela abordagem Gestalt-Terapia.
  • É pós-graduanda em Terapia Cognitivo-comportamental.
  • Também atua como psicóloga do primeiro grupo de apoio em Transtornos Alimentares do Espírito Santo. Entre seus pacientes, há pessoas com idades entre 2 e 70 anos, sendo que a maior parte, hoje, é formada por pessoas de 20 a 30 anos.  
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