Júlia Almeida lança disco de samba nesta sexta-feira (5)

| 04/06/2020, 16:04 16:04 h | Atualizado em 04/06/2020, 16:26

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/julia-almeida-dca19091c613730b3687012d22e79ebc/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fjulia-almeida-dca19091c613730b3687012d22e79ebc.jpeg%3Fxid%3D125456&xid=125456 600w,
“Não espere que eu vá para casa no jantar/ Desespere, o meu rebolado é de matar/ Vim pra roda, sim”, decreta a cantora Júlia Almeida em seu primeiro single, “Vim pra roda, sim!”. É nessa pegada empoderada que ela mostra a força da mulher capixaba no samba ao lançar, nesta sexta-feira (5), disco que recebe o mesmo nome do carro-chefe do projeto. Gravado no Apê Estúdio, no coração da Lapa (RJ), com participação do produtor e gaitista Rildo Hora, o trabalho será disponibilizado no canal da cantora no YouTube e nas plataformas digitais. São cinco faixas inéditas, todas compostas por ela, que há 17 anos é professora do Departamento de Línguas e Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A base do projeto é o samba, gênero pelo qual a compositora possui ligação afetiva desde a adolescência, quando mudou-se com a família de Manhumirim (MG) para Niterói (RJ), onde pôde acompanhar rodas de capoeira, rodas de samba e ensaios de escolas de samba. O estudo musical teve breve início na infância, com o piano, e se aprofundou há seis anos, quando ela teve aulas de cavaquinho com o músico Sílvio Barbieri e, tempos depois, com o professor Eliseu Martins. Após elaborar uma série de composições e tomar aulas de canto com a preparadora vocal Alza Alves, Júlia percebeu que tinha material para reunir em disco. Com arranjos do produtor e musicista Paulista, o álbum conta com a participação de músicos reconhecidos na seara do samba carioca, com destaque para o consagrado gaitista Rildo Hora, produtor de discos de Martinho da Vila, João Bosco e Luiz Gonzaga, entre outras estrelas da MPB. “A MPB esteve na minha formação como fruidora musical, com Gil, Caetano, Chico, Gal etc., sobretudo na década de setenta, em que a música ganhou um peso político muito grande. Nos anos oitenta, tive um grande impacto quando conheci a obra de Cartola, que é, para mim, o samba-poesia, junto com Nelson Cavaquinho e outros mestres. Mais recentemente, voltando aos vinis, pude me deter sobre as composições de Dona Ivone Lara, e Beth Carvalho sempre foi uma referência. Mais do que nomes, me nutri da filosofia do samba, que está no universo cultural da diáspora negra no Brasil”, afirma a compositora. “Vim pra roda, sim!” abre o disco e é seguida por “Compasso ímpar”,
srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/julia-almeida-26e2d5901c66e865eca9f5cc96612ebe/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fjulia-almeida-26e2d5901c66e865eca9f5cc96612ebe.jpeg%3Fxid%3D125457&xid=125457 600w,
que, segundo Júlia Almeida, o samba descompassado e sem breque representa a metáfora do amor que se perde. “Chega chegando, chegou”, a terceira, fala de uma oferta de dança apostada e recusada, com participação de Hélvio Tolentino nos vocais. Já “Volteia, mundo” traz uma mensagem de otimismo diante das adversidades da vida, tendo o samba como fio condutor: “Volteia mundo e traz/ uma alegria capaz/de ver a vida que jaz /neste instante fulgaz/Deixe que o samba te conduza pela vida, que a dor no peito se transforme em poesia”. Por fim, “Samba, meu samba”, recheado de cordas, cuícas e tamborins, é uma homenagem da cantora àqueles que lutam para combater a desigualdade social do país. Confira o vídeo do primeiro single, "Vim pra roda, sim!”:

SUGERIMOS PARA VOCÊ: