Preços só vão parar de subir ano que vem, avaliam especialistas

| 22/08/2021, 17:17 17:17 h | Atualizado em 22/08/2021, 17:24

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-08/372x236/porto-chines-de-ningbo-terceiro-maior-do-mundo-em-conteineres-0172fd475b7b7e3d65e7681340c2fcf4/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-08%2Fporto-chines-de-ningbo-terceiro-maior-do-mundo-em-conteineres-0172fd475b7b7e3d65e7681340c2fcf4.jpeg%3Fxid%3D185496&xid=185496 600w, Porto chinês de Ningbo, terceiro maior do mundo em contêineres, está parcialmente fechado há uma semana

O caos logístico global e a disparada nos fretes marítimos provocados pela pandemia deverão se estender ao menos até 2022. Isso significa preços altos e prováveis atrasos na chegada de produtos pelos próximos meses.

O mercado marítimo tem operado no limite, com escassez de contêineres e falta de navios. As informações são do jornal Valor Econômico.

Com o início do terceiro trimestre, em que empresas abastecem seus estoques para o fim de ano, a situação não só deve se prolongar, como poderá se agravar.

No Brasil, o comércio com a China foi o mais afetado. Hoje, a rota Xangai-Santos apresenta custo de US$ 11 mil por contêiner de 20 pés, contra US$ 1.500 em agosto de 2020. É um nível histórico, que não deve recuar.

Além disso, o custo do transporte vindo da Europa triplicou desde março deste ano. As rotas do Golfo também estão pressionadas, e os trajetos vindos dos EUA, que estavam sob controle, dispararam nas últimas semanas, em meio aos congestionamentos nos portos americanos.

Para analistas e executivos, a situação é caótica. “No Brasil, não há navio chegando dentro da janela. Nenhuma rota está operando normalmente. Isso reflete a situação mundial”, diz o vice-presidente da Hapag-Lloyd, Luigi Ferrini.

“A preocupação é muito grande, e se agravou nos últimos meses. Antes, era algo concentrado nas importações da China, mas já afeta todos os mercados”, afirmou o especialista em Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Matheus de Castro.

Além do descompassso entre oferta e demanda do mercado, há atrasos na liberação de cargas e eventos extraordinários, como o bloqueio do canal de Suez, em março, e surtos de covid-19, como o que fechou parcialmente o porto chinês de Ningbo, terceiro maior do mundo em movimentação de contêineres. A paralisação já dura mais de uma semana.

Segundo o especialista da CNI, a crise afeta todos os segmentos que usam contêineres: calçados, vestuário, higiene pessoal, eletrônicos, equipamentos, alimentos, frutas, carnes refrigeradas, celulose, veículos, que devem ficar mais caros e sofrer atrasos.

Para o Centronave, que reúne empresas de navegação, trata-se de “uma situação temporária, à medida que os fluxos logísticos globais comecem a normalizar-se até o início de 2022”, disse o diretor Claudio Loureiro de Souza.

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