Lojas, bares e hotéis vão aceitar moedas virtuais

Aplicativo vai permitir pagamento com bitcoin e ethereum, por exemplo, em 1,5 milhão de estabelecimentos comerciais no País

Greg Poloni, do jornal A Tribuna | 13/08/2022, 14:45 14:45 h | Atualizado em 13/08/2022, 14:46

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00121875_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00121875_00.jpg%3Fxid%3D375266&xid=375266 600w, Símbolos das moedas digitais: 30 milhões de usuários vão poder utilizar
 

Cerca de 1,5 milhão de lojas, hotéis, bares, ambulantes e outros tipos de comércios em todo o País poderão fazer transações utilizando criptomoedas.

O PicPay entrou no universo dos ativos digitais e está permitindo que seus clientes comprem, vendam e armazenem criptomoedas, que são as moedas digitais como bitcoin e ethereum, por exemplo. 

A fintech de origem capixaba diz que até o fim do ano seus parceiros comerciais e toda a sua base de clientes poderão fazer transações, pagamentos e transferências usando  as criptomoedas para isso.

Além de possibilitar a compra e venda de bitcoin e ethereum, a empresa vai negociar a  USDP, uma stablecoin lastreada em dólar e que é  emitida pela startup Paxos.

A diferença entre as moedas digitais, como bitcoin, e as stablecoins é que essas são criptomoedas que possuem valor estável e buscam manter uma estabilidade de valor parecida com a de reservas de  dinheiro, como o dólar americano, por exemplo. 

Já a bitcoin e a ethereum têm seu valor baseado na escassez do ativo e no volume de procura e negociações.

O próprio PicPay planeja criar a sua stablecoin ainda este ano. A moeda digital será lastreada em real, na proporção de valor de um para um, e permitirá que o PicPay seja utilizado como forma de pagamento no mundo todo, em qualquer lugar que aceite carteiras de moedas digitais.

“O PicPay é um dos players mais disruptivos em meios de pagamentos do Brasil e nosso objetivo é liderar a popularização do mercado de cripto, eliminando a complexidade que ainda é associada a ele e ampliando a informação sobre o tema”, destaca Bruno Gregory, executivo de negócios de Cripto e Web3 do PicPay.

As negociações das criptos serão disponibilizadas aos poucos  para os 30 milhões de usuários ativos da fintech.  As negociações podem ser feitas a partir de R$ 1 diretamente no aplicativo da empresa.

A carteira  é operada em parceria com a Paxos, empresa americana de infraestrutura de blockchain  que atuará como corretora e provedora de custódia. Ela  também opera as transações de criptos da Nubank e do Mercado Livre.

O PicPay disse que a dinâmica de como as transações com as moedas digitais irão ocorrer no dia a dia, entre os comércios e os clientes, ainda está em desenvolvimento, mas garante que a possibilidade de uso das criptomoedas para todos os clientes vai estar disponível até o fim do ano.

Comércio enxerga com bons olhos

A  possibilidade do acesso de clientes aos meios digitais de pagamento e novos produtos financeiros é bem recebida pelo mercado, de acordo com o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio), José Carlos Bergamin.

Ele  declara  que estimula o comércio a aderir ao modelo, e que considera que isso possibilitará o crescimento dos negócios à medida  que o formato pode agilizar de maneira segura as transações, ampliando os meios de pagamento, além de trazer economia de tempo, facilidade e aproximando  clientes e negócios.

“É nítido que passamos a conviver cada vez mais com múltiplas formas de pagamento e o comércio precisa operar com todas, visando atender as preferência do consumidor”, comenta Bergamin.

Mas ele alerta que o comércio ainda acha cedo avaliar o impacto do uso de criptomoedas no dia a dia para pagamentos e transações, principalmente quando existem outras opções já consolidadas que são oferecidas hoje, como o Pix.

Especialista alerta para riscos com ativos digitais

Apesar da empolgação com a possibilidade da compra mais simplificada das criptomoedas, é preciso entender que os ativos digitais sofrem com a flutuação do mercado, o que faz com que seu valor mude diariamente.

Especialista em criptomoedas,  Marcos Varela alerta que as pessoas devem entender que, para começar a investir em moedas digitais, jamais deve-se tirar o dinheiro de contas, como  o aluguel, por exemplo, para fazer o investimento, principalmente os considerados arriscados.

“Invista, sim, em criptos, mas com o dinheiro que te sobra”, aconselha Varela.

Entenda

O que são criptomoedas

- A  moeda digital ou criptomoeda é um tipo de dinheiro, assim como real ou dólar, com a diferença de ser totalmente digital.

- Além disso, ela não é emitida por nenhum governo, como no caso de real, dólar, euro, entre outras.

Diferença das stablecoins

- Essas são as criptomoedas que possuem lastro em outros ativos, como moedas fiduciárias, commodities e até mesmo outras criptomoedas.

- Para cada stablecoin gerada, o emissor deve contar com uma reserva equivalente em caixa.

Para que servem

- As criptomoedas podem ser usadas com a mesma finalidade do dinheiro físico em si.

- Pode servir como meio de troca, facilitando transações comerciais.

- Reserva de valor, para a preservação do poder de compra no futuro.

- Unidade de conta, quando produtos são precificados e o cálculo econômico é realizado em função dela.

Variação de valor das criptos

- O preço das moedas digitais varia segundo a lei da oferta e da procura.

- Na época em que as criptomoedas ganham mais atenção, é normal que elas sejam mais procuradas pelos investidores, o que amplia o volume de compras e, consequentemente, os preços tendem a subir.

Fonte: Infomoney, Forbes e pesquisa AT.

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