Empréstimo de fornecedoras de energia vai deixar conta de luz mais cara

| 08/07/2020, 15:31 15:31 h | Atualizado em 08/07/2020, 15:51

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-03/372x236/conta-de-luz-217867d5e0e840ee9901c5bc3762183f/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-03%2Fconta-de-luz-217867d5e0e840ee9901c5bc3762183f.jpg%3Fxid%3D131021&xid=131021 600w, Conta de luz: força-tarefa vai ser realizada na  Casa do Cidadão, na Avenida Maruípe. Não há limite de senhas

A pandemia do novo coronavírus vai deixar a conta de luz mais cara pelos próximos cinco anos. Para cobrir a queda de receita das empresas do setor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai emprestar R$ 14,8 bilhões a 50 distribuidoras, que terão aumento de tarifa para compensar os custos do crédito.

No Espírito Santo, a EDP e a Luz e Força Santa Maria contraíram empréstimos do programa, chamado de Conta-Covid, e os mais de 1,6 milhão de clientes atendidos pelas duas distribuidoras terão impacto na conta de luz.

A previsão da Aneel é de que o impacto seja diluído na conta de energia por cinco anos. Segundo a agência, a queda na receita das empresas seria compensada com o aumento nas contas de luz já no próximo reajuste, que poderia chegar a 15%, para ser pago em 12 meses, mas o Conta-Covid permitiu a diluição em prazo maior.

“O aumento da conta seria elevado por efeitos como, principalmente, o reajuste do preço da energia gerada em Itaipu, que acompanha a variação do dólar, a alta na remuneração das políticas públicas do setor e o repasse de custos de novas instalações de sistemas de transmissão”, justificou a Aneel.

O órgão afirma ainda que desde o início das medidas de isolamento social houve uma queda de 14% no consumo e um aumento de 10% na inadimplência de consumidores.

Custo

No Estado, a EDP, que atende mais de 1,5 milhão de clientes, informou que as definições da Aneel acerca do reajuste anual da empresa serão tomadas em agosto, quando os valores do Conta-Covid deverão ser considerados. A EDP solicitou à Aneel o valor de R$ 219 milhões.

Já a Luz e Força Santa Maria, que atende 110 mil consumidores em 11 municípios do Estado, informou que solicitou o valor de R$ 21,9 milhões da Conta-Covid.

Segundo a empresa, o valor será diluído nas contas de energia elétrica a partir de setembro de 2021 por cinco anos através de um encargo criado para este fim.

“A Santa Maria reforça que a operação é uma alternativa para beneficiar os consumidores, evitando-se aumentos de tarifa neste momento de crise”, afirmou ainda a distribuidora.


SAIBA MAIS


Programa

  • A Aneel criou o programa Conta-Covid, que permite que as empresas do setor de distribuição de energia elétrica contraiam empréstimos para cobrir a queda na receita causada pela pandemia do novo coronavírus.
  • Foram destinados R$ 14,8 bilhões a 50 das 53 distribuidoras do País.
  • Segundo a aneel, a Conta-Covid foi organizada para evitar reajustes maiores das tarifas de energia elétrica no País.
  • O aumento de custos de operação seria repassado já no próximo reajuste e pago em 12 meses, mas o programa permitiu diluir o impacto pelos próximos cinco anos.

Estado

  • As EDP e a Santa Maria, as duas distribuidoras de energia elétrica do Espírito santo, que atendem mais de 1,6 milhão de clientes, aderiram ao programa.
  • No total, as duas distribuidoras receberão da Aneel crédito de cerca de R$ 240 milhões.
  • A EDP vai definir em agosto os impactos do Conta-Covid, quando fará a revisão tarifária.
  • A luz e força santa maria informou que vai repassar somente a partir de setembro de 2021 o valor, por cinco anos, através de um encargo criado para este fim.

Custo

  • A Aneel informou que o custo da energia ficou maior principalmente pelo reajuste do preço da energia gerada em Itaipu, que acompanha a variação do dólar; a alta na remuneração das políticas públicas do setor e o repasse do custo de instalações de novos sistemas.

Fonte: Aneel, EDP e Santa Maria.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: