The Good Place, uma série que reinventa a definição de “paraíso”

| 03/02/2020, 20:43 20:43 h | Atualizado em 03/02/2020, 20:45

Por Kayque Fabiano

Escrever um final de série excepcional é uma tarefa quase impossível. Existem poucos casos, de séries que, de fato, agradaram seu público com um desfecho agradável. Quando se fala em um seriado com ares mitológicos, é fácil que o texto se perca e não traga respostas que convençam o público. Já nas obras com tramas mais mundanas, sem mistérios para resolver, é fácil exagerar nos casamentos, nascimentos, mortes e despedidas.

Felizmente “The Good Place” se encaixa nas duas categorias, e consegue, de uma forma simples e inédita, agradar ao publico com seu final.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-02/372x236/the-good-place-5e1b5f8ec54daadc54731ba2ec338040/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-02%2Fthe-good-place-5e1b5f8ec54daadc54731ba2ec338040.jpg%3Fxid%3D107109&xid=107109 600w, Série chega ao fim surpreendendo.

A série começou em 2016, contando a história ousada e original. Questionar a eficiência (ou não) do paraíso, ou o “Bom Lugar”, e juntar isso a piadas ácidas e textos de pensadores filosóficos na TV aberta americana não parecia dar certo. Mas deu.

A história gira em torno de Eleanor Shellstrop (Kristen Bell), uma mulher que acordou no paraíso depois de sua morte. Ir para o céu seria o fim perfeito, se não foi um problema: ela não merecia estar lá. Aparentemente, houve um erro administrativo e ela foi confundida com outra pessoa. Sim, até o “céu”, pode errar. Assim que começamos a conhecê-la, percebemos que ela levou uma vida infeliz, fazendo com que aqueles que a cercavam sofressem e o último lugar que ela merece ir é para o “Bom Lugar”.

O desenrolar dos episódios trazem revelações que a tempos não se via na TV. Todos os capítulos levantam dilemas filosóficos e metafísicos. A hibridização de gêneros e as reviravoltas da trama de fato animam quem se propõe a assistir seus 50 e poucos episódios. Comédia e filosofia fazem o público questionar o que é certo ou errado, o bom e o mal e o sentido da vida pós-morte.

Em sua última temporada o seriado traz conceitos quase abstratos, de teoria política ou ensaio filosófico, que encontram aplicações práticas no além-vida. Afinal, o que fazer quando se chega ao céu e se pode ter tudo que sempre quis? A série mostra que até o paraíso pode ter seus problemas se não haver propósito algum em sua existência.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-02/372x236/the-good-place-14be227deb622afc3dc55564950f3616/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-02%2Fthe-good-place-14be227deb622afc3dc55564950f3616.jpg%3Fxid%3D107110&xid=107110 600w, Série chega ao fim em sua quarta temporada.
É até poético a respostas que a série nos dá: o céu é muito bom, mas a eternidade não é suficiente. O ser humano são sabe lidar com o infinito. A solução encontrada em seu último episódio é simples, porque até mesmo o paraíso precisa chegar ao fim em algum momento. No final, o significado da pós-vida era alcançar a morte com tranquilidade .

As quatro temporadas de The Good Place estão disponíveis na Netflix.

Série: The Good Place
Canal: NBC/Netflix
Temporadas: 4 temporadas, com episódios de 20 minutos cada.

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