Para onde pende a balança

| 26/12/2019, 09:17 09:17 h | Atualizado em 26/12/2019, 09:23

Parlamentares avaliaram a decisão de Jair Bolsonaro de manter a figura do juiz das garantias no pacote anticrime não apenas como uma derrota de Sergio Moro, contrário à proposta, mas como um gesto do Presidente ao comandante da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a uma ala do Supremo.

O deputado esteve no Planalto na terça, véspera da sanção, e conversou com o mandatário sobre o conjunto de medidas. Dias Toffoli, que preside o STF, também defendia a permanência do trecho.

Soma de fatores
Toffoli e Alexandre de Moraes, do STF, disseram em mais de uma ocasião a deputados serem a favor do juiz das garantias. Parlamentares acreditam que Bolsonaro os ouviu e levou em conta as posições.

Soma de fatores II
Congressistas atribuem ainda a manutenção do trecho a uma escolha pessoal de Bolsonaro, que já reclamou da atuação de juízes e que agora vê o filho, Flavio, na mira de uma investigação. Assim, ele trabalharia para evitar abusos.

Volta do que não foi
Integrantes do Ministério da Justiça ficaram contrariados com as decisões do Presidente, que ignorou sugestões de vetos feitas por Moro, mas afirmam que vão trabalhar para resgatar propostas prioritárias no Congresso no ano que vem.

De novo
Entre os itens que querem ressuscitar no Parlamento estão a previsão do plea bargain, tipo de acordo penal, e o banco de DNA para todos os crimes dolosos. Aliados do ministro querem que ele terceirize os projetos.

Não colou
Integrantes do Planalto dizem que Bolsonaro não gostou do retuíte de Abraham Weintraub (Ministério da Educação), depois apagado, de uma mensagem que dizia que o Presidente havia traído o povo brasileiro ao contradizer Moro. O episódio reforça as críticas do mandatário à atuação do ministro nas redes.

Foi nada
Já alguns ministros dizem que foi um erro, mas que a lealdade de Weintraub ao governo supera a intercorrência.

Foco e fé
Dirigentes de universidades federais preveem um trabalho pesado de convencimento no Parlamento em 2020 para barrar a medida provisória que altera o processo de escolha de reitores.

Menos
Eles avaliam que o texto diminui o poder dos conselhos universitários, que agregam institutos e alunos, e ataca a autonomia das instituições.

Prevenir...
Autor da proposta de reforma tributária na Câmara, Baleia Rossi (MDB-SP) estuda formas de isentar as empresas de transporte público de impostos para não gerar aumento nas tarifas de ônibus e metrô.

Prevenir II
A intenção é contemplar a população e evitar reações negativas à reforma.

Foco
O PSDB, partido que mais cresceu na eleição municipal de 2016, quer repetir o feito em 2020. Balanço feito por dirigentes da legenda mostra que cerca de 70% dos 803 gestores estão aptos à reeleição e poderão ter prioridade sobre o fundo eleitoral da sigla.

Meu lugar
O partido também terá olhar especial sobre São Paulo. Do total de eleitores das cidades geridas pelos tucanos, 48,86% estão no estado.

Amém
Nome do DEM para disputar a prefeitura do Rio, Eduardo Paes foi aconselhado a ter um evangélico como vice. A ideia é avançar no eleitorado do atual prefeito, Marcelo Crivella (PRB).

Estratégia
O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), defensor da tese, diz que o mesmo roteiro deve ser seguido por Marcelo Freixo (Psol), que cogita ter a colega de Câmara Benedita da Silva (PT) como vice.

Ele não
O senador Randolfe Rodrigues (Rede) já dá como batalha perdida a tentativa de composição com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para se chegar a um nome de consenso para disputar a prefeitura de Macapá. Davi quer fazer de seu irmão mais velho e suplente, Josiel Alcolumbre (DEM), sucessor de Clécio Luís (Rede).

Acabou
A atual secretária municipal de Saúde, Silvana Vedovelle (Rede), vice na chapa de Davi Alcolumbre ao governo do Amapá em 2018, era a favorita de Randolfe. Se o rompimento se confirmar, chegará ao fim uma aliança iniciada há sete anos.

Tiroteio

“A criação dessa figura fere a Constituição e tem implementação complexa. O risco é que 'a garantia' seja de lentidão e impunidade”. Do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), sobre Bolsonaro sancionar o pacote anticrime e manter no texto o juiz das garantias.

Publicação simultânea com a Folha de São Paulo

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