A decisão dos dirigentes do Botafogo de prorrogarem as férias de jogadores e funcionários por mais 10 dias, seguindo o exemplo anunciado oficialmente pelo Fluminense nas primeiras horas da manhã, esfriou a ideia da Federação do Rio e a vontade de Flamengo e Vasco de regressarem ao trabalho na próxima terça-feira, dia 21.

Hoje, mais tardar amanhã, os dois clubes devem anunciar a decisão de seguir o mesmo caminho.

Houve certo desconforto dos médicos na montagem do protocolo para o retorno ao trabalho porque, cientificamente, todos sabem do risco que representa. Inclusive, o próprio Celso Ramos Filho, infectologista, professor titular de doenças infecciosas da Faculdade de Medicina da UFRJ — amigo particular de Rubens Lopes, presidente da Ferj. Por isso, o cuidado em não falar sobre a simples possibilidade da retomada do Carioca.

Os clubes ficaram sem receitas de bilheteria, serão profundamente impactados no dinheiro que vem do programa de “sócio-torcedor” e estão desesperados com a possibilidade real de perderem cotas de patrocínio.

A volta ao trabalho, por mais simples que seja, gera conteúdo e ativa parte da cadeia de consumo, reaquecendo a relação com seus seguidores e, consequentemente, com os patrocinadores envolvidos. Por isso, a saia-justa dos médicos, que entendem as necessidades econômicas dos clubes — e da própria Ferj, que vive do dinheiro que advém do funcionamento desta rede.

O problema é que a engrenagem envolve muito mais do que jogadores e profissionais da comissão técnica. Há o pessoal de logística para a realização dos treinos e colaboradores indiretos que acabam sendo impactados pelo risco.

Em tese, como têm maiores demandas a cumprir, Flamengo e Vasco parecem ser os mais impactados pelo recesso. Mas é apenas em tese...