Padrão europeu

| 18/12/2019, 08:45 08:45 h | Atualizado em 18/12/2019, 08:54

O Flamengo de Jorge Jesus alcançou nível tal de excelência que é mesmo difícil superá-lo plenamente, como fez o Santos de Sampaoli, Sanchez, Soteldo e Marinho nos 4 a 0 da rodada 38 do Brasileirão, na Vila Belmiro. Para tanto, o adversário precisa ser muito forte — mental, física e tecnicamente — durante os 90 minutos de jogo. Se não for assim, não haverá quem o desbanque.

Nem se o time rubro-negro atuar um tempo inteiro com a cabeça no espaço, como fez ontem na semifinal do Mundial de Clubes, contra o Al-Hilal, em Doha, no Catar.

Porque foi fácil enxergar que os jogadores entraram no Khalifa Stadium com a cabeça no possível duelo com o Liverpool. E, cá para nós, era mesmo esperado que fosse assim. Que o time fosse a campo tomado pelo clima criado em torno da final tão esperada.

Sofrimento
Foi preciso sofrer um gol de Salem Al-Dawsari, aos 17 minutos, para encarar de outra forma o volume e a intensidade dos árabes, que até tiveram chances de aumentar o placar. Provação que Jorge Jesus não queria passar, embora soubesse que seria algo superável por conta da maior qualidade do seu time.

Padrão europeu
Vejam bem: não estou entre que acham o trabalho de Jorge Jesus algo jamais visto por aqui — embora ele já estivesse entre os melhores da Europa quando chegou ao Flamengo. Acontece que fez do elenco qualificado um time de brasileiros com padrão europeu — nível Seleção.

Deu o padrão tático dos grandes clubes do mundo, e joga o jogo à beira do campo tal qual o maestro que rege a orquestra sabendo o potencial de seus músicos. No caso do técnico, sabendo que seus comandados têm, além do talento individual, capacidades física e mental para derrubar o adversário — seja quem for.

Facilidade
Vi, li e ouvi muita gente se dizendo impressionada com a má atuação rubro-negra no primeiro tempo da vitória de 3 a 1 sobre o campeão asiático.

Eu, que no último sábado assisti ao líder da Premier League penar para vencer o lanterna, em casa, por 2 a 0, fiquei mais encantado com a facilidade encontrada pelo Flamengo para se impor no segundo tempo.

Ótica
É uma questão de ótica. Se o Liverpool repetir no jogo de hoje contra o Monterrey, do México, a atuação dessa vitória sobre o Watford, periga a final do Mundial de Clubes ser entre brasileiros e mexicanos e não ter um europeu — algo inédito nas 57 edições deste formato. Vejamos.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: