Time do Fluminense é repleto de veteranos e desafia a noção de que a idade seja um fator que impeça o alto desempenho no futebol |  Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense

Desde que o Milan de Carlo Ancelotti assombrou a todos em 2007, conquistando o título do Mundial de Clubes à frente de um com seis jogadores acima dos 30 anos e outros três com idade que beirava isso, não se discutia tanto essa questão etária. A “squadra rossonera” capitaneada por Paolo Maldini, então com 39 anos, tinha em Kaká, com 25, o mais jovem dos 14 jogadores do time que venceu o Boca Juniors por 4 a 2 naquela final em Yokohama, no Japão. Aliás, foi o primeiro título mundial de um clube europeu no novo formato do torneio da Fifa.

A presença do Fluminense de Fernando Diniz na final dessa edição do Mundial na Arábia Saudita, medindo forças com o Manchester City, reavivou essa discussão sobre a longevidade competitiva de um jogador de futebol.

E é preciso entender que jogar depois dos 33 ou 34 anos é uma coisa; mas competir com idade entre 37 e 40 (ou mais!), como os tricolores fazem, é bem diferente.

E talvez esta seja a maior contribuição que o trabalho realizado pelo Fluminense pode deixar como verdadeiro legado para o futebol brasileiro.

A conquista, improvável sob a lógica do dinheiro envolvido na montagem dos elencos, seria de fato um feito histórico. E aqui vale lembrar que, apesar de ter sido vulgarizado, o termo é o que melhor expressa a dimensão de um título dessa magnitude.

E o fato de poder ser contra um clube inglês cujo time é dirigido pelo mais encantador dos treinadores só aumentaria o glamour. Porém, ainda que o triunfo não venha, a caminhada pela chamada glória eterna exige dos amantes do futebol a reflexão sobre a quebra do paradigma da idade.

Como salientou o diretor de futebol do Fluminense, Paulo Angioni, na recente entrevista aqui publicada, os jogadores vêm quebrando barreiras ao longo da últimas décadas. Descobriu-se que com o respaldo da ciência, cuidados bem supervisionados e amparos técnicos, táticos e psicológicos, a vida útil de um atleta do futebol será estendida com naturalidade.

Com grandes chances de vermos, ainda nesta década, mais e mais clubes com jogadores de 40 anos no elenco. E competindo em nível de excelência.

Quem viver, verá.