A goleada de 4 a 0 imposta pelo São Paulo no Morumbi, na noite de quarta-feira, não foi o que de mais desanimador poderia ter chegado aos alvinegros nesta altura do Brasileiro. Afinal, o time de Fernando Diniz, atual líder da competição, é de fato melhor, mais bem preparado, fruto de 15 meses de trabalho nas mãos de um mesmo técnico.

O mais assustador, a meu juízo, é olhar para o retrospecto do Botafogo nas 15 rodadas finais de suas cinco últimas participações na Série A e ver que em apenas duas delas o time alcançou o mínimo de pontos e de vitórias que hoje os livraria de mais um rebaixamento. Isso, sim, preocupa.
Pontos

Com apenas 20 pontos e três vitórias em 24 rodadas, o time de Eduardo Barroca precisa de mais 25 nos 14 jogos restantes para atingir os 45 que, em tese, livraria o clube do rebaixamento.

Aliás, é bom lembrar que este número levantado por estatísticos leva em consideração o fato de só o Coritiba, em 2009, ter sido rebaixado com tal pontuação nas 14 edições do Brasileiro de pontos corridos com 20 clubes, disputadas desde 2006.

Ou seja: isso mostra o quão pouco provável é a queda de um clube que atinge os 45 pontos. Com 44, Vasco (2013), Figueirense (2008) e Corinthians (2007) já caíram para a Série B.
Números

Ocorre que o Botafogo não tem conseguido bons números nos últimos 14 jogos da competição. Teve performance razoável em 2018, conseguindo 25 pontos com Zé Ricardo, e em 2016, fazendo 24 com Jair Ventura – ambas com sete vitórias. Mas somou apenas 13 pontos no ano passado, 17 em 2017 e oito em 2014, ano de seu único rebaixamento nos pontos corridos.

E para apostar no livramento com 43 pontos, precisará terminar com 11 vitórias – importante para um possível desempate. Mas como esperar que uma equipe que perdeu seus últimos seis jogos e que já não vence há nove rodadas consiga derrotar oito de seus próximos 14 adversários?

Enfim, essa matemática funde a cabeça da cúpula do futebol alvinegro, que agora, de fato, se espanta com a realidade.

É claro que o time tem condições de reagir, e o pobre do treinador, ainda em recuperação da Covid, procura armas para mexer com os brios dos jogadores. Por ora, o jeito tem sido mostrar a eles que a vida anda dura também para os adversários que lutam na parte de baixo da tabela. Torcendo para que uma vitória e um empate nos próximos dois jogos apontem um novo horizonte.