Dentre as possibilidades que se abrem para o término do Brasileirão há um desfecho mais humano que qualquer escritor gostaria de redigir: o final feliz para o questionado e criticado Abel Braga. Mas o futebol premia os mais eficientes, que não necessariamente são os melhores personagens. A vitória do Inter no Gre-Nal 429, obtida com gol de pênalti, nos acréscimos do duelo em que perdia por 1 a 0, faz coçar os dedos dos afoitos.

Mas ainda é muito cedo. Por ora, os 2 a 1 no clássico gaúcho apenas dá ao time colorado uma vantagem de quatro pontos sobre o segundo colocado. As derrotas de São Paulo, Atlético/MG, Flamengo, Palmeiras e Grêmio não põem o ponto final na história.

Athletico/PR 2 x 1 Flamengo
Rogério Ceni fez uma leitura de jogo equivocada e se complicou nas substituições. Saiu derrotado num confronto em que o Flamengo parecia próximo da vitória, e fez crescer a fila de insatisfeitos com seu trabalho.

Sei que a série é desgastante e que o intervalo entre os jogos não tem o tempo ideal para a recuperação. Mas o time, que não já contava com Bruno Henrique, suspenso, terminou sem Gabriel, Everton e Arrascaeta. E para dar espaço a Pepê, Rodrigo Muniz, Pedro e Michael.

É a antítese do que pregava Jorge Jesus, que é ainda a referência da torcida. Ceni voltou algumas casas na corrida pela sua permanência no clube.

Vasco 3 x 2 Atlético/MG
Luxemburgo apostou as poucas fichas que dispunha para dar a Benitez um mínimo de preparo físico visando a este confronto. Por isso abriu mão da presença do meia argentino no jogo em Bragança. Os dois treinos a mais deram uma hora de bom futebol ao camisa 10 vascaíno, tempo suficiente para o time fazer três gols e defender a vantagem.
O Vasco só renovou a autoestima: o drama do rebaixamento prossegue e a aplicação a qualidade ofensiva demonstradas no primeiro tempo têm de ser o padrão na busca de mais dez pontos nos sete jogos que restam, dentre eles os confrontos com Bahia, Fortaleza e Goiás.

Fluminense 2 x 0 Botafogo
A falha do goleiro Cavalieri no gol de Lucca, o primeiro do clássico, exibindo displicência na bola que rolava para seus mãos, expressa o desânimo dos alvinegros. O time de Eduardo Barroca, que venceu um só jogo nos últimos 11 disputados, perdeu ontem o seu décimo em dois meses.
O Flu encontrou dificuldades para construir o placar, mas fez prevalecer seu melhor momento. Com os pontos, o time tricolor se reaproximou do bloco de cima e segue na briga por vaga na Libertadores. Mas chegou aos 50 pontos, e precisa de mais 11 para igualar a campanha de 2014, a melhor após a conquista do título de 2012.