A disputa que o São Paulo de Fernando Diniz trava com o Flamengo de Rogério Ceni pelo título do Brasileiro é, desportivamente, duelo dos mais interessantes dos últimos anos reunindo equipes dirigidas por técnicos brasileiros.

Mas a rodada, infelizmente, acabou marcada não pelo futebol exibido pelos dois times. A denúncia de injúria racial que o volante Gérson diz ter sofrido do meia colombiano Ramirez no jogo de ontem, no Maracanã, se sobrepõe a análise do campo.

É mais um caso de racismo estrutural no futebol, só que, agora, aqui, na nossa cara. A falta de civilidade precisa ser combatida.

Flamengo 4 x 3 Bahia

Traído pelos nervos, com traços de irresponsabilidade, o Flamengo de Rogério Ceni complicou um jogo que parecia fácil. A expulsão de Gabigol aos 10 minutos por ofensas ao árbitro Flávio Rodrigues transformou a partida num evento extraordinário - no sentido mais amplo.

Tanto pelo que se viu de futebol, quanto pelo que pode ser taxado de lamentável. Temperado pelo excesso de valentia dos times, o jogo dos sete gols foi vencido por um Flamengo que tem melhores opções no elenco e que não se entrega antes do apito final...

Atlético/GO 2 x 1 Fluminense

Se havia um jogo desaconselhável para iniciar com a dupla Nenê e Fred era este, em Goiânia. O Atlético/GO é dos times que melhor alterna pressão e transição e suponho que o técnico tricolor soubesse.

O Fluminense teve 61% de posse, mas não gerou volume. E pior ficou ao levar um gol em contra-ataque no final do primeiro tempo. Os donos da casa passaram a ter o controle mental e levaram os três pontos.

Marcão, que substitui Odair Hellmann, precisará de personalidade para escolher o momento certo de aproveitar o ídolo.

Vasco 1 x 0 Santos

Arejado, com Juninho e Vinicius mais competitivos, o Vasco teve bons momentos na fase ofensiva. Mas ainda foi um time com pouca coordenação, fruto da falta de talento no meio-campo. Sem Benitez, Sá Pinto fez das boas arrancadas de Vinicius e Juninho a forma de ligar meio e ataque.

Deu certo, enquanto a “dupla” teve fôlego. Ou até que Cuca redobrasse os cuidados na marcação. No final do primeiro tempo o “mistão santista” assumiu o controle e o teve até o final. Mas, na entrega, o Vasco foi gigante.

Coritiba 1 x 2 Botafogo

Eduardo Barroca aproveitou a semana para treinar uma formação que gerasse intensidade no campo adversário. E até conseguiu. Só que numa das primeiras vezes em que suas linhas de marcação foi vencida, Neílton pôs o Coxa em vantagem.

O time carioca se desarticulou e foi pena a virada à partir dos 30 do segundo tempo não ter vindo do jogo articulado visto na maior parte do confronto.

Mas isso, por ora, pouco importa. A vitória, após jejum de 12 jogos, pode revitalizar o Botafogo que fará no Rio sete de suas próximas nove partidas.